Quem visita a Feira do Produtor, em Boa Vista, depara-se com milhares de melancias à venda. Redondas, ovais, compridas. Com tamanhos e preços variados. Opções para todos os tipos de bolso e de apetite. A fartura de melancia na cidade transcende as feiras e também ganha os supermercados. E não é preciso consultar as estatísticas para verificar que o preço do produto vem caindo. Uma novidade que não é resultado de milagre, mas da nova condição de Roraima, Estado que se tornou um grande produtor de melancia.
O aumento da produtividade não aconteceu por acaso. O “pulo do gato” veio depois que os agricultores passaram a utilizar a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Roraima. “Nossas pesquisas com melancia começaram há dez anos.
Neste período, a gente foi conhecendo melhor o tipo de solo disponível no Estado e a realidade dos produtores. Passamos a orientar sobre o uso de irrigação e de adubos químicos e a fazer experiências até encontrar um sistema de produção adequado para a realidade local”, explica o analista Admar Bezerra, da Embrapa Roraima.
A partir daí, os pés de melancia espalharam suas ramas, principalmente, pelos municípios de Normandia e Bonfim, que concentram a produção do fruto no Estado, alcançando uma produtividade média de 20 mil quilos por hectare.
Isso corresponde a cerca de 2.500 frutos comerciais por hectare. Quem apostou no cultivo de melancia, está rindo à-toa. O retorno financeiro vem em pouco tempo, já que a colheita do fruto ocorre entre 60 e 75 dias após o plantio. E o lucro é alto. Na prática, o agricultor desembolsa R$ 1,42 na produção de um fruto viável, enquanto o preço médio de venda é de R$ 2,50.
A produção de melancia em Roraima ganhou impulso com a introdução da variedade Charleston Gray, aquela melancia mais comprida e de casca clara.
Depois foram introduzidas outras variedades, especialmente a Crimson Sweet – arredondada e de cor mais escura -, que é, atualmente, a mais produzida no Estado. “Em Roraima e no mercado de Manaus, para onde exportamos, a preferência é por frutos graúdos, com peso superior a oito quilos, os quais têm boa cotação de mercado e são mais fáceis de vender”, informa Admar.