Estudo aponta que após a menopausa aumentam em 50% as chances das mulheres terem insônia e queixas de ronco. Tratamentos complementares como ioga, RPG e acupuntura podem ajudar muito na melhoria da qualidade sono na menopausa. Uma nova pesquisa será apresentada durante o 3º Congresso Mundial de Medicina do Sono. O estudo foi feito pela pesquisadora Helena Hachul no Instituto do Sono/Unifesp e avaliou 931 mulheres de 50 a 65 anos na cidade de São Paulo com queixas de diversos de problemas de sono. Comparando mulheres na pré-menopausa com mulheres na pós-menopausa, as queixas de ronco e de distúrbio respiratório foram respectivamente de 81,9% e 37,4% contra 68,8% e 28,9% nas mulheres na pré-menopausa.
A pesquisa consistiu na elaboração de um questionário sobre sono, menopausa, ciclo menstrual e polissonografia (exame que revela se a pessoa tem algum distúrbio relacionado ao sono). A insônia, por causa da perda hormonal, e a apneia, pela diminuição da progesterona – um hormônio estimulante, são os problemas mais frequentes nessa fase da vida da mulher. Os distúrbios de sono no período pós-menopausa, segundo a pesquisadora, atingem seis em cada dez mulheres e cerca de 50% das mulheres com queixa de insônia apresentam um distúrbio respiratório do sono.
Tratamentos alternativos
Uma noite tranquila de sono está também relacionada diretamente ao dia a dia da mulher na pós-menopausa. Alguns fatores indicam a necessidade de orientação médica: indisposição na hora das atividades cotidianas, dores de cabeça e sono fragmentado durante a noite são indicativos de alguma alteração no organismo.
Durante o 3º Congresso Mundial de Medicina do Sono, a médica responsável pelo ambulatório de distúrbios do sono no climatério da Unifesp, Helena Hachul, destacará ainda os aspectos positivos da utilização da medicina alternativa, como massagem terapêutica, ioga, fisioterapia, RPG, psicoterapia, e acupuntura, além da questão nutricional, que podem contribuir de forma decisiva na hora do tratamento para os distúrbios relacionados com a menopausa. “Apostamos que será uma tendência. O distúrbio do sono não pode ser encarado apenas como uma questão orgânica. Temos que olhar a mulher como um todo. Nesse contexto, a medicina alternativa e complementar pode ser valiosa para melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, uma noite de sono”, explica a médica.