O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou neste sábado (20), em São Paulo, a primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. Durante o lançamento da campanha, Temporão alertou pais e responsáveis sobre a importância da imunização de crianças com menos de cinco anos em todo o País.
“A única defesa que o Brasil tem contra a poliomielite é vacinar em massa crianças com menos de cinco anos. É muito importante que pais, mães, avós, responsáveis, levem essas crianças a um posto de vacinação para tomar duas gotinhas que salvam vidas”, afirmou o ministro.
A campanha de vacinação contra a poliomielite é uma parceria entre o Ministério da Saúde, as secretarias estaduais e municipais de saúde. A segunda etapa da campanha ocorrerá no dia 22 de agosto. Este ano, a meta é imunizar cerca de 14,7 milhões de crianças, o que representa 95% das crianças menores de cinco anos.
Com o slogan “Não dá pra vacilar. Tem que vacinar.”, a campanha recebeu investimentos do MS na ordem de R$ 46 milhões, sendo R$ 21,8 milhões com a aquisição dos imunobiológicos, e R$ 13,2 milhões, com transferência fundo-a-fundo para as Secretarias Estaduais de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde, e R$ 11 milhões para ações de comunicação e publicidade para as duas fases. Ao todo, 115 mil postos de vacinação participarão da mobilização, com o envolvimento de cerca de 350 mil pessoas e a utilização de cerca de 40 mil veículos (terrestres, marítimos e fluviais).
O Brasil – assim como em toda a América Latina – já foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de que não há circulação do vírus da poliomielite no nosso território. Essa vitória sobre o vírus ocorreu, sobretudo, pelas campanhas e dias de vacinação, realizados desde a década de 1980.
SOBRE A DOENÇA – A vacina contra a poliomielite é um serviço básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e disponível durante todo o ano nos postos de saúde, na vacinação de rotina. Além do esquema básico – as três doses de rotina – a criança de até cinco anos de idade tem de tomar todos os anos as duas doses da campanha. Até porque a paralisia é transmitida por três tipos de vírus.
A poliomielite é uma infecção grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é contaminada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso. As conseqüências mais comuns ocorrem nos membros inferiores, mas o vírus também pode ocasionar uma lesão mais grave em um ou mais membros ou até mesmo levar à morte – por meio de uma tetraparalisia. A doença é causada e transmitida por um vírus que entra no organismo via oral.
A pessoa infectada pode transmitir a doença pelas fezes que, em contato com o ambiente, atinge quem não foi devidamente imunizado. Como o vírus é muito leve, ele pode ser levado pelo ar, entrar em contato com o alimento, com os brinquedos, ou atingir a criança por via oral ou pela ingestão de água contaminada. Uma pessoa que teve a poliomielite, principalmente em um ambiente em que o saneamento básico é desfavorável, o vírus pode contaminar a água, o solo e o meio ambiente de forma geral.