O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou três executivos da construtora Camargo Corrêa e quatro doleiros por participação em um suposto esquema criminoso de câmbio ilegal paralelo, evasão de divisas, fraude contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Os casos foram levantados pela Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal (PF), realizada em março deste ano. As informações são da Procuradoria da República no Estado de São Paulo.
De acordo com a procuradora Karen Louise Jeanette Kahn, autora da denúncia, as buscas e apreensões feitas pela PF nas casas e nos endereços comerciais dos acusados permitiram que fosse apreendida “farta gama de provas” que indicam “a existência de articulada e sofisticada organização criminosa operada por doleiros e diretores da empresa Construções e Comércio Camargo Corrêa”.
Conforme a denúncia, o grupo usava Voip e Skype (instrumento de conversação pela internet, difícil de ser rastreado) e promovia encontros pessoais entre os envolvidos, a maioria deles na sede da empresa. Ainda segundo o MPF, o interesse dos executivos da Camargo Corrêa em fazer remessas ilegais ao exterior pode ter sido motivado pela necessidade de ocultar superfaturamentos detectados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em obras públicas feitas pela empreiteira no Brasil.
Na denúncia, o MPF registra seis desses casos, entre eles o da Refinaria Abreu e Lima, em Recife, em que a auditoria do TCU apontou 12 irregularidades. As outras obras são a do Metrô de Salvador, a de ampliação do aeroporto de Vitória, a de implantação de trens urbanos em Fortaleza, a de implantação do terminal de passageiros Timbi e a de modernização do trecho Rodoviária-Recife-Cabo, do sistema de trens urbanos da capital pernambucana.
Procurada pela reportagem, a Camargo Corrêa informou que ainda não tinha um posicionamento sobre a denúncia.
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
atualizado em 02/06:
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