A crise financeira mundial, que até alguns meses assustou a todos, diminuindo a atividade econômica nos países desenvolvidos e derrubando a cotação das commodities, trouxe para o Brasil a necessidade de redução efetiva da taxa de juros básica da economia, como uma das medidas para amenizar os efeitos nocivos que uma crise como esta pode proporcionar. Porém, o mais importante foi que o Copom baixou os juros básicos a níveis que não se imaginavam no passado, pois a cada crise a resposta era alta dos juros para não afastar as reservas em moeda forte. “A redução feita desde novembro do ano passado modificou a estrutura da taxa de juros no país, reduzindo a diferença entre a inflação e os juros para patamares mais próximos as que são praticadas em outros países”, comenta Mauro Giorgi, gestor de recursos da Hera Investment.
Para ele, a primeira constatação é que a renda variável passa a ter uma competição mais coerente, apesar do imposto de renda sobre o ganho em ações ainda ser uma distorção. Na visão do especialista, a conseqüência é que pode haver uma maior atração de investidores que buscam um pouco mais de risco e rentabilidade. Giorgi afirma que as estratégias de gestores de recursos na criação de produtos para os novos investidores do mercado de ações será muito importante para fidelizá-los e cativá-los. “Vejo que o Brasil pode chegar em curto espaço de tempo a números próximos aos seus pares em desenvolvimento, quanto a investidores nacionais detentores de fatias de empresas, o que democratiza ganhos, eleva a capacidade de captação de recursos mais baratos, e atrai mais investimentos produtivos”, diz.
Mauro acredita que a grande transformação se dará na renda fixa. Como primeira e já bastante alardeada mudança, a elevação ao nível de investimento rentável será na popular, em todos os sentidos, caderneta de poupança, avisa o economista. De acordo com ele, para o investidor de pequeno e médio porte, entre R$ 10 mil e R$ 100 mi, as taxas de administração cobradas por administradores e gestores de recursos na renda fixa eram compatíveis, ou aceitas, para uma estrutura de juros acima da casa de 10% a.a. líquidos. Com a taxa Selic atual a 8,75% a.a. e taxas de administração e gestão cobradas acima de 1% a.a., a caderneta de poupança é mais rentável, levando-se em consideração a isenção fiscal da mesma. Mauro Giorgi considera que esse panorama condiz com uma rentabilidade real, acima da inflação, com elevada dose de segurança.
Porém, as mudanças na renda fixa são maiores para um investidor com um aporte mais elevado, ou seja, acima de R$ 100 mil. Acostumado a uma margem próxima a 100%, esse indivíduo terá que assumir riscos para manter a rentabilidade, pois somente a iniciativa privada oferecerá taxas compatíveis com ganhos reais mais robustos, avalia o especialista.
Segundo Giorgi, as conseqüências para essa tentativa de manutenção de ganhos reais serão as mais diversas. O primeiro efeito na opinião dele será a redução da remuneração dos administradores e gestores. O segundo será a criação de novos produtos, sempre embutindo uma nova dose de risco. E o terceiro será o crescimento de um mercado maior e mais forte de títulos privados de renda fixa, mas da mesma maneira embutindo nova e às vezes elevada dose de risco.
Para enfrentar essa mudança estrutural, o gestor de recursos da Hera Investment acredita que há boas alternativas para os investidores. “Para os conservadores, aqueles que não aceitam em seus investimentos o risco do mercado de ações, não há muita margem de manobra, isto é, o objetivo será buscar taxas de administração e gestão cada vez menores e compatíveis com os ganhos”, alerta.
Para o investidor moderado, aquele que aceita até 25% dos seus investimentos em ações, Mauro revela que existem três possibilidades. A primeira é o Tesouro Direto. “É claro que existem alguns pré-requisitos, como um pouco mais de conhecimento do mercado financeiro, mas nada que a instituição que intermediará não possa resolver”, avisa. O especialista afirma que nessa casa o investidor conseguirá aplicar em títulos do governo com taxas de corretagem e custódia mais baixas que as cobradas por administradores e gestores de fundos existentes no mercado.
A segunda vertente para Mauro Giorgi é a procura de um fundo de renda fixa composto por títulos de empresas privadas, onde a rentabilidade será um pouco maior, mas com um novo componente de risco. Já a terceira alternativa é a busca por um fundo de ações de um ou dois papéis, isto é, composto, por exemplo, por Petrobrás e Vale, onde é produto que se norteia por estratégias para redução do risco da renda variável, porém, com potencial de ganho acima da renda fixa.
Por fim, para o investidor agressivo, que permite até 50% dos seus investimentos em ações, Giorgi confia que o caminho natural é uma fatia maior destinada à renda variável, seja por meio de clubes de investimentos, fundos de Ações, ou pela compra direta intermediada por uma corretora de valores ou pelo home broker.
Sobre a Hera Investment
Com sede em São Paulo, a Hera Investment (www.herainvestment.com.br) é uma empresa especializada em investimentos financeiros e detém clientes nas principais capitais do País. Atua por meio de operações via mesa (atendimento personalizado) e sistema de home broker e distribuição de fundos de investimentos, executando um papel crucial no dia-a-dia dos investidores durante a compra e venda de ações e de contratos futuros. Oferece, também, produtos de renda fixa, como letras do Tesouro, CDBs e fundos. Entre os diferenciais da Hera Investment estão o atendimento personalizado ao cliente, a flexibilidade de aplicação inicial e os cursos de educação financeira para formação de investidores, ministrados em diversas cidades do Brasil.