As pessoas parecem estar a cada dia mais habituadas com o barulho, dentro e fora de casa. Resultado: estão aumentando os casos de surdez, e não apenas entre os jovens habituados a ouvir música com fones no ouvido. Em certos bairros, onde o nível máximo permitido é de 55 decibéis em período diurno e de 50 decibéis em período noturno, medições mostram alarmantes 90 decibéis. Nessa intensidade, após quatro horas diárias de exposição ao ruído, o indivíduo terá sua acuidade auditiva afetada.
Quem mora em grandes cidades percebe o quanto incomoda o barulho do trânsito, de uma buzina. O pior é que, dentro de casa, o som alto, muitas vezes, é prática corriqueira, que também afeta a capacidade de ouvir, de acordo com a fonoaudióloga Isabela Gomes, do Centro Auditivo Telex. “As lesões podem ocorrer após exposição rápida ou prolongada ao ruído. Isso vai depender da predisposição do indivíduo, do tipo e da intensidade do som”, afirma a especialista.
O nível de barulho em nossa casa tem grande impacto. É preciso respeitar os limites de decibéis recomendados por especialistas, não só em respeito aos vizinhos, mas em beneficio à própria saúde. A exposição contínua a ruídos superiores a 50 decibéis pode causar perda progressiva da audição. Os primeiros sintomas em geral são um zumbido nos ouvidos, além de irritação, insônia e depressão.
Para se ter uma idéia, uma conversa normal entre duas pessoas varia entre 45 e 55 decibéis. Já o barulho causado por uma furadeira chega a 81 decibéis e por uma britadeira, a 100 decibéis. Se nas ruas não podemos evitar o barulho, que se evitem os excessos em casa, a começar pelo tom de voz adotado, pelo volume da TV e dos aparelhos de som. Quem mora em ruas de trânsito intenso pode atenuar o barulho com a instalação de portas e janelas especiais, com vidros mais espessos.
Isabela Gomes lembra que existem três tipos de perda auditiva: Condutiva, Mista e Neurossenssorial. Segundo a fonoaudióloga, além da exposição contínua ao ruído, outros fatores levam à perda auditiva: doenças congênitas ou adquiridas, traumas, uso de medicamentos ototóxicos e idade avançada (presbiacusia).