A doença acontece desde os cabelos até o dedão do pé, porém, a alteração mais temida – o comprometimento dos rins – pode acontecer sem qualquer sintoma de alerta. Entre os 20 e os 30 anos de idade, as mulheres estão em pleno vigor e têm diversos sonhos a serem realizados: encontrar o grande amor, estabilizar-se profissionalmente, ser mãe e conhecer diferentes lugares do planeta. No entanto, é justamente o sexo feminino dessa faixa etária que representa 90% dos casos de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), uma doença inflamatória crônica que atinge múltiplos órgãos e sistemas. Uma em cada 400 pessoas tem a doença no mundo.
A professora de Reumatologia da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Márcia Veloso Kuahara, explica que “o LES acomete desde os cabelos até o dedão do pé. O paciente pode se queixar de queda de cabelos, febre, emagrecimento, manchas ou feridas na pele, sensibilidade à luz solar, dores e inchaços nas articulações, falta de ar, dores no tórax, alucinações, convulsões, entre muitos outros sintomas. Entretanto, a alteração mais temida – o comprometimento dos rins – pode acontecer sem qualquer sintoma de alerta”.
Uma das características do lúpus é a perda da tolerância imunológica, ou seja, a produção de anticorpos contra órgãos ou partes do próprio corpo. A causa da doença ainda é uma incógnita; contudo, atribui-se principalmente à genética associada a questões hormonais, ambientais e infecciosas. “Para diagnosticar a doença, o reumatologista conversa detalhadamente com o paciente, o examina e solicita os exames laboratoriais que julgar necessário, como o Fator Antinuclear (FAN), o anti-DNA de dupla hélice, o anti-SM, entre outros”, afirma a professora.
O lúpus ainda não tem cura, porém, é possível conquistar qualidade de vida com o tratamento que, geralmente, se dá com o uso de corticóide e de antimaláricos. No caso de comprometimento dos rins, além do corticóide, são utilizados imunossupressores parenterais (endovenoso).
Sob a orientação dos professores, os estudantes do curso de Medicina da UNINOVE prestam atendimento gratuito na área de Reumatologia todas às sextas-feiras, das 8h às 12h, no campus Memorial, localizado à Rua Adolfo Pinto, 109, na Barra Funda. “Após o atendimento dos alunos, o professor de Reumatologia, ciente da história do paciente, o reexamina, discute o caso, faz o diagnóstico e indica o melhor tratamento”, explica a Profa. Márcia. Vale destacar que os exames são feitos por conta do paciente.