A pedido do governo brasileiro, foi realizada, na última quarta-feira (23), uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a crise em Honduras após o retorno do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao país. Em seu discurso na abertura da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma ONU com autoridade política e moral para solucionar conflitos.
O presidente brasileiro destacou, ainda, problemas que afligem a humanidade, resumindo-os em três questões que, interligadas, ameaçam o planeta: a persistência da crise econômica; a ausência de uma governança mundial estável e a democrática; e os riscos que a mudança climática traz para o mundo.
Crise econômica – De acordo com Lula, depois de um ano desde que a crise financeira mundial se instalou, houve alguns progressos, mas ainda persistem muitas indefinições. “Ainda não há uma clara disposição pra enfrentar, no âmbito multilateral, as graves distorções da economia global. O fato de ter sido evitado o colapso total do sistema parece te provocado em alguns um perigoso conformismo”, afirmou. Lula também lembrou que os efeitos da crise se espalharam por todo o mundo, golpeando sobretudo aquelas nações que, por muitos anos, reconstruíram suas economias com enormes sacrifícios. “O que o Brasil e outros países demonstraram é que, também nos momentos de crise, precisamos realizar audaciosos programas sociais e de desenvolvimento”, pontuou.
Governança mundial – O presidente brasileiro destacou o embargo contra Cuba e reafirmou que a comunidade internacional exige o retorno do presidente hondurenho deposto à presidência. “Não somos voluntaristas, mas, sem vontade política, não se pode enfrentar e corrigir situações que conspiram contra a paz, o desenvolvimento e a democracia”, declarou Lula.
Mudanças climáticas – Lula voltou a cobrar maior atuação dos países no combate às mudanças do clima e afirmou que é essencial vontade política para evitar as ameaças climáticas. “Todos os países devem se empenhar em realizar ações para reverter o aquecimento global. O Brasil está cumprindo sua parte. Vamos chegar a Copenhague com alternativas e compromissos precisos”, afirmou. Ele destacou, também, a aprovação do Plano de Mudanças Climáticas brasileiro, que prevê a redução de 80% do desmatamento da Amazônia até 2020. “Diminuíremos em 4,8 bilhões de toneladas a emissão de CO2, o que representa mais do que a soma dos compromissos de todos os países desenvolvidos juntos”, explicou.