O estudo CALYPSO, apresentado durante a 45ª Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), mostrou que o tratamento associado com doxorrubicina lipossomal peguilada e carboplatina oferece mais benefícios aos pacientes com câncer ovariano do que a terapia padrão com carboplatina e paclitaxel. Realizado pela organização Gynecologic Cancer Intergroup (GCIG), CALYPSO é a maior análise internacional multicêntrica envolvendo 976 portadoras de câncer de ovário sensíveis à quimioterapia a base de platina e com recaída da doença. O levantamento demonstrou o aumento da sobrevida das pacientes tratadas com a nova associação de medicamentos versus a terapia padrão.
Além da melhor sobrevida, a terapia com doxorrubicina lipossomal peguilada e carboplatina é muito menos tóxica do que a terapia padrão. O grupo de pacientes, que receberam o novo tratamento, apresentou menores índices de perda de sensibilidade nos dedos das mãos e dos pés (4%), de queda de cabelo (7%) e de reações de hipersensibilidade (6%) contra 27%, 84% e 19% no grupo controle, respectivamente. Segundo Dr. Eric Pujade-Lauraine, professor da Universidade de Paris Descartes e coordenador do estudo, a baixa toxidade dessa associação de medicamentos – doxorrubicina lipossomal peguilada e carboplatina – e sua vantagem na questão da sobrevida do paciente, representa um grande avanço para as portadoras de câncer ovariano recorrente e para os especialistas.
Sobre o Câncer de Ovário
O câncer de ovário é apontado como a sexta causa mais comum de câncer e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. Devido aos sintomas geralmente ausentes nos estágios iniciais e inespecíficos nos estágios avançados e tardios, cerca de ¾ dos tumores malignos de ovário apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico inicial. Além disso, cerca de 90% dos cânceres de ovário são esporádicos, ou seja, não apresentam fatores de risco reconhecidos, conforme dados do INCA. Fatores hormonais, ambientais e genéticos estão relacionados com o aparecimento do tumor.
Diagnóstico
Os exames periódicos são muito importantes para a detecção precoce do câncer ovariano. Os sintomas podem surgir apenas na fase mais tardia da doença. O diagnóstico em estágios avançados diminui as chances de sobrevida das pacientes e comprometem os resultados do tratamento, que pode ser feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, utilizadas de forma isolada ou combinada. Hoje existem medicações inteligentes que são úteis para controlar a doença e aumentar a taxa de sobrevida, mesmo quando se têm recaídas.