O Pará terá o primeiro laboratório para o desenvolvimento da cadeia produtiva de leite do norte do Brasil. O governo do Estado assinou nesta quarta-feira (8) um convênio de cooperação técnica e financeira com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e a Embrapa Amazônia Oriental para a implantação do Laboratório de Qualidade do Leite, no Parque de Ciência e Tecnologia que está sendo construído no bairro do Guamá, em Belém. Um investimento de quase R$ 2 milhões, para levar desenvolvimento, inovação e competitividade à cadeia produtiva do leite em todo o Estado.
O convênio foi assinado pelos secretários de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, e de Agricultura, Cássio Pereira; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará, Ubiratan Bezerra; e por Carlos Magalhães, da Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias (Funpea); Sueo Numazawa, da Ufra, e Cláudio Carvalho, da Embrapa.
A iniciativa integra as diretrizes do governo do Pará de investir no fortalecimento do Sistema Paraense de Inovação (SIPI). O objetivo é reunir as necessidades de mercado e empresariais; as políticas públicas, como demandas na área de saúde, e a comunidade científica. Com isso, será possível não apenas desenvolver novos produtos, como contribuir para a eliminação de gargalos tecnológicos ao desenvolvimento.
Articulação – “Este laboratório vai articular o que vem sendo produzido nas academias, em relação à ciência, tecnologia e inovação, com quem está lá na outra ponta, que é o setor produtivo, com a indústria e o consumidor. É um esforço para construir um espaço de mediação regional para propiciar o desenvolvimento deste Estado”, afirmou Maurílio Monteiro.
O laboratório, além de análises técnicas da produção leiteira, permitirá desenvolver pesquisas, criar produtos, capacitar técnicos e produtores, e ainda fazer o monitoramento dos rebanhos, favorecendo a expansão da produção de derivados lácteos artesanais e a expansão industrial no Estado.
“Com o laboratório será possível identificar desde aquele rebanho que está doente, até a inovação. Com isso, vamos fazer com que o leite que está sendo produzido no Estado chegue à indústria com qualidade”, afirmou Numazawa.
Certificação – A partir do credenciamento do laboratório à Rede Brasileira de Laboratórios da Qualidade do Leite será possível, também, emitir os laudos de certificação às unidades produtoras não apenas do Estado, mas de toda a Região Norte. Além do Pará, existem apenas outros dois laboratórios deste porte no Brasil, um no Paraná e outro em Minas Gerais.
“O Pará produz por dia 2 milhões de litros de leite. Uma produção que vem sendo incentivada pelas facilidades de acesso ao crédito produtivo do FNO. Aliado aos investimentos que o governo do Estado faz para estruturar o setor, este laboratório será um passo muito importante na consolidação do nosso arranjo produtivo do leite”, afirmou Cássio Pereira.
Ao todo, o governo do Estado vai investir quase R$ 2 milhões na implantação do laboratório no PCT Guamá. A Sedect será responsável pelo financiamento das obras de infraestrutura interna, orçadas em R$ 690 mil. Mais de R$ 1,2 milhão também serão repassados pela Fapespa para que a Funpea invista em pesquisa e no funcionamento do laboratório, que será administrado de forma coordenada pela Ufra e Embrapa. Mais de R$ 4 milhões também já foram assegurados pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, para aquisição de equipamentos.
Esforço conjunto – “Ver este convênio sendo assinado é uma grande vitória. Estes recursos iriam para Rondônia, mas graças ao esforço político da governadora Ana Júlia e do Legislativo, não só eu, mas também a deputada Simone Morgado (PMDB), conseguimos trazer para o Estado estes investimentos. Para isso, foram muito importantes os recursos de contrapartida que destinamos no Plano PluriAnual (PPA) e no Orçamento para conseguir entrar na disputa”, afirmou o líder do governo na Assembleia Legislativa, Aírton Faleiro.
Para o representante do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Pará (Sindileite), Joaquim Souza, a implantação de um laboratório deste porte é uma grande conquista do Pará. “Isso é para nós, produtores, fundamental para desenvolver. Acreditamos que vamos crescer, nos tornar mais competitivos, com mais tecnologia e mais preparados para disputar o mercado”, afirmou.
Participaram ainda da reunião a deputada estadual Simone Morgado; o secretário-adjunto da Sedect, João Weyl, e o representante da Câmara Setorial do Leite, Eduardo Dayer.
Texto: Ascom/Sedect Agência Pará