O Governo do Paraná alerta para o uso inadequado do Tamiflu (oseltamivir), remédio usado para o tratamento da nova gripe (influenza A – H1N1). O remédio deve ser usado apenas com prescrição médica, feita após avaliação dos sintomas da doença e seguindo as indicações do Ministério da Saúde. Porém, na região de Foz do Iguaçu, pessoas não infectadas têm comprado o medicamento na Argentina e no Paraguai, o que, além de caracterizar contrabando, pode prejudicar a saúde e eventual tratamento contra a nova gripe.
No Brasil, o Ministério da Saúde proibiu a venda do Tamiflu, justamente para evitar seu uso indiscriminado, porém, no Paraguai e na Argentina a venda é autorizada. “Quando a pessoa consome o remédio sem estar infectada com a influenza A, o organismo cria resistência e, caso esta pessoa venha a adquirir a doença, o medicamento não será eficiente para o tratamento”, explicou a chefe da 9.ª Regional da Saúde, de Foz do Iguaçu, Anice Gazzaoui. “Além de prejudicar a saúde, quem compra o remédio fora do País pode ser enquadrado em contrabando, com pena de até 15 anos de prisão, e ainda responder por atentado à saúde pública”
O Governo alerta que a população não deve comprar o remédio contrabandeado, na rua ou de fontes duvidosas. Situações como estas colocam a saúde em risco. Apenas os médicos, tanto do Sistema Único de Saúde (SUS) como os particulares podem prescrever o medicamento, em casos de quadro clínico intenso. Alguns dos sintomas que indicam a doença são tosse, dores no corpo e febre alta. Ao identificá-los, a pessoa deve procurar orientação médica, para que possa ser medicada corretamente. “Por ser um vírus novo, a população tem muitas dúvidas no tratamento, mas não há motivo para pânico. Alerta sim, com as precauções, mas pânico não”, disse Anice.
AÇÕES – O Paraná está preparado para o enfrentamento à nova gripe, conforme salientou Anice. Em Foz do Iguaçu, a Regional da Saúde tem estoque de medicamentos para tratar 1,6 mil casos da nova gripe. Os remédios, adquiridos pelo Governo Federal, são encaminhados pelo Governo do Estado às regionais da saúde, que os repassa aos municípios, depois da confirmação da doença.
“Respeitando o protocolo do Ministério da Saúde e dos médicos, que prescrevem a medicação, o Tamiflu é enviado”, afirmou Anice. Ela lembra que os outros oito municípios pertencentes a 9.ª Regional da Saúde também têm estrutura para atendimento da população. Os casos graves são encaminhados ao Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, onde há vinte leitos de UTI específicos para o atendimento de pessoas com a influenza A.
Paralelamente ao estoque de medicamentos, o Governo do Paraná tem investido R$ 19 milhões na compra de materiais. Só em Foz do Iguaçu, já são mais de R$ 500 mil usados para compra de oito kits com respirados, monitores e oxímetros, que estão no Hospital Municipal, equipamentos de proteção individual – luva, avental, máscara, óculos de acrílico, proteção para os pés, toucas –, caixas para lixo hospitalar e material de divulgação. Os equipamentos de uso individual são encaminhados aos municípios, para uso dos técnicos que fazem o atendimento da população.
Junto ao governo federal e à prefeitura, diversas ações estão sendo realizadas para orientar a população, como distribuição de panfletos nas cidades e na fronteira com Paraguai e Argentina, e treinamento de técnicos da Regional da Saúde e dos municípios para atendimento. “Os nove municípios da Regional da Saúde possuem uma unidade de saúde ou um hospital para atender os pacientes com a gripe, com os profissionais treinados e preparados, que também orientam a população”, disse a coordenadora da influenza A da 9.ª Regional, Jussânea Maria Salvador.
PORTO SECO – No Porto Seco de Foz do Iguaçu, por onde passam mais de mil caminhoneiros, a prefeitura instalou um ônibus que oferece orientações e atendimentos. Também foram instalados grupos de trabalho do Estado e do município e abertas áreas especiais nos hospitais e postos de saúde com atendimento 24 horas para atendimento dos casos da nova gripe, onde há atendimento específico para os casos que envolvem problemas respiratórios graves, com suporte de radiografia e laboratório, além de um laboratório específico para gestantes.
“Estamos garantindo a retaguarda hospitalar para os casos graves, como os leitos destinados aos pacientes infectados e os kits recebidos do Governo do Estado. Assim, ninguém precisou aguardar para internação ou atendimento na enfermaria”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Luis Fernando Zarpelon. “Estamos atentos aos adultos jovens, os mais afetados pela doença, que demoram para procurar atendimento. Então, estamos levando a assistência até eles”, salientou Zarpelon.