Um projeto experimental firmado entre a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater) e o Serviço de Apoio a Pequenas e Micro Empresas (Sebrae) quer revolucionar a agroindústria do leite em Rondônia. Através do Projeto Leite e Derivados, técnicos das duas instituições estarão dando assistência a 20 produtores de Cacaulândia e Mirante da Serra.
Na realidade, em Rondônia, o Sebrae e a Emater trabalham juntas, hoje, em dois projetos voltados para o segmento leiteiro: “Cadeia Produtiva do Leite no Território da Cidadania” e “Projeto Leite e Derivados nas cidades de Cacaulândia e Mirante da Serra. A proposta é trabalhar a gestão e o desenvolvimento sustentável do setor leiteiro com as indústrias e com pequenos e médios produtores, cuja produção varia entre 50 a 400 litros de leite/dia, organizados em cooperativas ou associações vinculadas às indústrias.
De acordo com o gestor do Projeto pelo Sebrae, Sebastião Oliveira, além da Emater são também parceiros outros órgãos afins como Embrapa[1], Senar[2], Seagri[3], Sedes[4], Idaron[5], Câmara Setorial do Leite e as indústrias de laticínios. “O objetivo é aumentar a produtividade e melhorar a renda do agricultor familiar através de ações que visam à genética, a nutrição e a sanidade”, diz.
A Emater já disponibilizou um técnico, o médico veterinário Dario Ricelle Carvalho Araujo para ficar exclusivamente à disposição de 20 agricultores produtores de leite na região de Mirante da Serra e Cacaulândia. Dario é responsável pela orientação a toda a prática que será desenvolvida pelo projeto, orientando e assistindo exclusivamente agricultor. O médico veterinário Marcos José Girotto, veio de São Paulo, pelo Sebrae, para orientar a parte tecnologia do leite e a utilização da Unidade Móvel de Qualidade do Leite, popularmente chamada de “vaca móvel”.
A “vaca móvel” nada mais é que um automóvel equipado com a maioria dos equipamentos necessários para análise do leite, como se fosse um consultório ambulante. O agricultor terá sua “consulta” marcada pelo técnico que irá com a “vaca móvel” à sua propriedade e fará o diagnóstico mediante a análise do leite coletado na hora. A vantagem para o agricultor é que ele receberá as orientações de acordo com o diagnóstico obtido com a análise e poderá corrigir mais rapidamente o trato com o animal.
Marcos conta que são feitas 12 análises entre elas o teste de acides (Dornic), coleta de CBT (contagem de bactérias) e coleta de CCS (mastite). Este último apenas coletado, pois a análise é feita pelo Ministério da Agricultura. Até o momento a análise feita no leite de Rondônia, nessa era delimitada, tem encontrado situações dentro da normalidade, e às vezes até acima do que é exigido na Instrução Normativa 51. Esse resultado pode ser comprovado durante o 5.º Concurso Leiteiro realizado em Ouro Preto do Oeste, durante a 3.ª Exposição Agropecuária do Leite (Expoleite), quando foram analisados os animais participantes. “Esse projeto (da Unidade Móvel), só tem em São Paulo e o Sebrae trouxe agora para Rondônia”, diz Marcos explicando que a “vaca móvel” surgiu como forma de facilitar o trabalho do técnico, porém tem favorecido muito o agricultor, já que tem efeito gestor dentro da propriedade.
O médico veterinário do Sebrae diz ainda que a intenção não é punir o agricultor, caso seja encontrado alguma irregularidade no seu produto, mas sim orientá-lo para reparar essa irregularidade. As propriedades estão ainda sendo mapeadas, por GPS, já se preparando para, no futuro, ser possível, até mesmo uma orientação à distância.
A meta da parceria é, até 2011, trabalhar oito indústrias, 500 produtores diretos e 11 mil produtores indiretos