O pavimento cerâmico é uma alternativa resistente, segura, econômica e de fácil colocação e manutenção para calçadas. Quem garante é o engenheiro de materiais Jamil Duailibi Filho, pesquisador de cerâmicas vermelhas e cerâmicas avançadas do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT). As possibilidades desse calçamento, também conhecido como adoquin ou paver cerâmico, amplamente utilizado em países com tradição em cerâmica da Europa e da América Latina, serão apresentados ao público durante a próxima edição do evento Terças Tecnológicas, no dia 30 de junho, às 14h30, no auditório Fonseca Costa, no INT.
Segundo Jamil, no Brasil, ainda persiste a cultura do concreto armado, quando a cerâmica se presta inclusive para fins estruturais. “Quanto às calçadas, especialmente no Rio de Janeiro, a tradição das pedras portuguesas, embora valiosa, se mostra pouco sustentável fora dos cartões postais da cidade, ameaçando inclusive a segurança dos pedestres, ao se soltar”, afirma. O tecnologista do INT pondera que as cerâmicas são passíveis de um efeito estético igual ou superior às pedras portuguesas, sendo inclusive mais versáteis em relação às formas e variações de cor.
Em relação ao granito, que vem sendo cogitado como alternativa de calçamento pela Prefeitura do Rio, o pavimento cerâmico apresenta vantagem de custo e além de possuir uma superfície naturalmente anti-derrapante. Jamil acrescenta que a opção pela cerâmica também estimularia a economia do estado ao demandar o produto diretamente das olarias, hoje concentradas na região de Itaboraí.