A dor nas costas tem várias causas e doenças relacionadas, porém, atualmente, já pode ser tratada com procedimentos menos agressivos e de rápida recuperação. De acordo com uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), a dor crônica, aquela que persiste por mais de três meses, atinge 28,7% da população acima de 18 anos, residente na cidade de São Paulo. O levantamento revelou também que a dor mais freqüente é a das costas, presente em 22,1% da população paulistana.
Outra pesquisa recente, encomendada pela Pfizer e realizada pelo Ibope, com 1,4 mil pessoas, constatou que a dor na coluna acometeu 64% da população do País pelo menos uma vez na vida. Além disso, mostrou que o problema sofre variações dependendo do sexo e idade. As mulheres (aproximadamente 44%) sentem mais dores nas articulações do que os homens, enquanto as pessoas acima dos 50 anos (cerca de 70%) sofrem mais com dores na coluna.
A boa notícia é que 90% dos casos têm cura em curto prazo, pois a maioria possui origem em atividades corriqueiras, como má postura e prática esportiva com movimentos repetitivos.
Porém, quando as dores são crônicas e/ou irradiam para as pernas, podem estar relacionadas a doenças. “Em adultos abaixo de 50 anos, as causas mais comuns são lombalgia postural e moléstia degenerativa de disco. Já pacientes acima dessa idade podem apresentar também osteoartrite e estenose do canal vertebral”, explica o médico-ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia de São Paulo (IOT-SP) e do Hospital Bandeirantes, Dr. Rubens Rodrigues.
Apesar de, em alguns casos, a cirurgia ser a única possibilidade de tratamento, hoje já existem procedimentos menos invasivos, com excelentes resultados e boa recuperação. “As técnicas minimamente invasivas são uma realidade em várias especialidades médicas, sendo cada vez mais usadas para patologias na coluna. Afinal, permitem acesso seguro, com alto índice de sucesso e poucas complicações”, destaca o médico-ortopedista e também integrante do IOT-SP e do Hospital Bandeirantes, Dr. Maurício de Moraes.
Entre as mais utilizadas, estão a Cirurgia Endoscópica na Coluna (Videoscopia) e a Anuloplastia. “A primeira é realizada com pequenas incisões e imagens geradas por meio de uma câmera de vídeo. O cirurgião alcança o local afetado sem a necessidade de afastar todos os tecidos e músculos que cercam e protegem a coluna, com a ajuda de um tubo de apenas um centímetro de espessura”, esclarece o Dr. Rubens.
A segunda, indicada principalmente para o tratamento da hérnia de disco contida, consiste na aplicação de energia térmica (calor) na parede do disco que foi afetada, resultando no encolhimento e/ou fechamento do tecido expandido, sem a necessidade de cortes.
Ambas têm rápida recuperação e baixo risco de infecção e permitem que o paciente retorne para a casa no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte.
Medidas simples podem prevenir o problema
Os especialistas do IOT-SP ressaltam que medidas simples podem evitar as lombalgias. “Sempre sente em cadeiras com encosto reto. Os pesos somente devem ser erguidos com os joelhos flexionados, mantendo as costas eretas. E, não fique muito tempo sentado; a cada 50 minutos, levante-se e faça pequenos alongamentos, ou seja, movimente-se”, aconselha o Dr. Maurício.
Exercícios físicos também são sempre recomendados. “Com eles, será possível alongar e fortalecer a musculatura do abdome, costas, pelve e coxas, o que é muito importante para suportar melhor o peso corporal e corrigir a postura, diminuindo o estresse da coluna”, explica o Dr. Rubens.
Porém, os médicos avisam que a atividade física errada pode piorar o problema. “Práticas com levantamento de pesos, modalidades aeróbicas de alto impacto e esportes como futebol e basquete são desaconselhados. Já exercícios em piscina, como natação e hidroginástica, são mais adequados”, finaliza o Dr. Rubens.