Homens são mais ativos no lazer do que mulheres. Assim também as pessoas com maior escolaridade praticam mais exercícios físicos nos momentos de folga do que as que passaram menos tempo estudando. Essas são algumas das conclusões da pesquisa Vigitel 2008, feita pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo.
O Vigitel é um sistema de monitoramento de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que é realizado por consulta telefônica desde 2006. Além dos exercícios físicos, a pesquisa também observa hábitos alimentares e consumo de álcool e tabaco.
De acordo com dados divulgados pelo ministério neste Dia Mundial da Atividade Física (5), a quantidade de pessoas que praticam exercícios no lazer subiu de 14,9% para 16,4% da população brasileira. O Vigitel considera atividade física suficiente no lazer “a prática de pelo menos 30 minutos diários de exercícios de intensidade leve ou moderada em cinco ou mais dias da semana, ou a prática de pelo menos 20 minutos diários de atividade física de intensidade vigorosa em três ou mais dias da semana”.
“Nós sabemos que atividade física praticada de forma regular é um fator muito importante na prevenção de doenças crônicas”, afirma Deborah Carvalho Malta, uma das organizadoras da pesquisa por parte da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do ministério. O Vigitel também observou que os níveis de sedentarismo diminuíram de 29,2% para 26,3% no último ano.
Quando se trata de idosos, os dados não são tão positivos. Nesse grupo, 52,6% são sedentários.
A capital com maior número de adultos ativos no lazer é Palmas, com 21,5%. Já São Paulo é a que tem menor índice de adultos que praticam atividades físicas com regularidade, apenas 12,1%. Palmas também é a capital com menor índice de inativos, 18,7%, enquanto Natal é a que tem maior índice de pessoas que não praticam nenhum tipo de atividade física, 32,3%.
A pesquisa considerou inativos os adultos que não praticaram qualquer atividade física nos últimos três meses e que não realizam esforços físicos intensos no trabalho. Também são considerados inativos os que não se deslocam para o trabalho caminhando ou de bicicleta e não são responsáveis pela limpeza pesada de suas casas.
De acordo com Otaliba Líbano de Moraes Neto, que também participou da pesquisa por parte da SVS, este nível de atividade física ou de inatividade também pode variar de acordo com a oferta que cada cidade tem de ambientes e situações que propiciem a prática de exercícios físicos. “Essa pesquisa é um retrato do Brasil em 2008, inclusive de sua urbanização. Então, ela pega tanto os hábitos não saudáveis de alimentação, por exemplo, como também as mudanças de comportamento da população em direção a ações que evitem as doenças crônicas”, acrescenta.
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil