Especialistas de várias instituições de pesquisa do Brasil reúnem-se, de hoje (14) até sexta-feira (18), na Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos (SP), para discutir uma área que movimenta mundialmente mais de 100 bilhões de dólares e que atrai cada vez mais investimentos devido ao enorme potencial de aplicação nos mais variados setores industriais: a nanotecnologia.
Serão três eventos, nos quais os temas abordados envolvem a aplicação da nanotecnologia no agronegócio, inovações instrumentais e técnicas, desenvolvimento de materiais nanoestruturados para sensores e biossensores, nanotubos de carbono, além de aspectos gerais da nanotoxicologia, avaliação de riscos e impactos ambientais e humanos e perspectivas de maior abrangência da nanotecnologia na ciência de um modo geral, com ênfase na agricultura.
Hoje (14) e amanhã (15) será promovida a Escola de Nanotecnologia Brasil-Argentina, a ser aberta pelo coordenador geral de Micro e Nanotecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), promotora do evento, Alfredo Mendes, com a palestra “Investimentos e programa do MCT em Tecnologia”. Haverá a transmissão e interação on-line com pesquisadores argentinos na área.
Na quarta-feira (16), está previsto um curso prático de microscopia e probe aos participantes da Escola Brasil-Argentina, além da Reunião de Gestão dos componentes da Rede de Nanotecnologia para o Agronegócio, rede mantida e gerida pela Embrapa.
Para fechar a programação, na quinta (17) e na sexta (18), será realizado o V Workshop Técnico da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio 2009 (Agronano). A palestra de abertura será proferida pelo pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Osvaldo de Oliveira, sobre filmes nanoestruturados contendo moléculas de interesses biológicos.
*Rede Agronano*
A Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (Agronano) é uma iniciativa da Embrapa, sendo criada no final de 2006, e na qual estão envolvidos 90 pesquisadores de 28 instituições, sendo 19 unidades da Embrapa e 17 centros acadêmicos de excelência no país.
A Rede atua em três linhas de pesquisa: sensores e biossensores para monitoramento de processos e produtos; membranas de separação e embalagens biodegradáveis, bioativas e inteligentes; novos usos de produtos agropecuários.
Para o coordenador da Rede e chefe de P&D da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, a nanotecnologia permite não somente conhecer a matéria em sua forma estrutural mais elementar, aquela em que os átomos e as moléculas interagem e se organizam, mas também ter acesso à escala de alguns milionésimos de milímetros para entender as leis que governam este mundo invisível, onde a lei gravitacional, por exemplo, não é dominante, e poder usufruir de propriedades excepcionais no mundo macroscópico, visível.
“O agronegócio é uma área onde o nosso país pode ter maior competitividade em nanotecnologia, graças às especificidades da agricultura tropical. A Embrapa tem um grupo de excelência de pesquisadores altamente capacitados para acompanhar e promover avanços do conhecimento neste tema”.
Com informações da Embrapa Instrumentação Agropecuária