Dieta mediterrânea é capaz de reduzir em 40% o risco da Doença de Alzheimer. Dieta mediterrânea significa uma alimentação rica em peixes, verduras, legumes, frutas, cereais (melhor se forem integrais), azeite e outras fontes de ácidos graxos insaturados, baixo consumo de carnes e laticínios e outras fontes de gorduras saturadas, além do uso moderado, porém regular, de álcool.
A dieta mediterrânea é capaz de reduzir o risco do Transtorno Cognitivo Leve e também a chance de transformação na Doença de Alzheimer. Uma pessoa que desenvolve a Doença de Alzheimer não perde suas funções cerebrais de um dia pra o outro, e reconhece-se que o declínio pode começar até 12 anos antes do diagnóstico. Essa é uma doença progressiva, e entre o estado de normalidade e seu diagnóstico, as pessoas passam por um estágio intermediário chamado de Transtorno Cognitivo Leve. O fato é que nem todas as pessoas que apresentam Transtorno Cognitivo Leve evoluirão para a Doença de Alzheimer, e a dieta mediterrânea tem se mostrado um bom aliado na prevenção da doença.
Restrição calórica melhora a memória de idosos. Em animais esse efeito já havia sido demonstrado inúmeras vezes, mas nos humanos, essa foi a primeira vez. Manter o corpo sem barriga reduz o risco da Doença de Alzheimer. Foi demonstrado que a obesidade central na meia idade aumenta o risco da doença mesmo entre as pessoas que não são consideradas obesas pelo índice de massa corporal.
Idosos com maiores níveis de atividade de lazer têm menor chance de desenvolver a Doença de Alzheimer. O benefício é maior com atividades estimulantes como jogos de cartas, palavras cruzadas, praticar alguma atividade artística e frequentar teatro / cinema.
Viver uma relação de casal na meia idade reduz o risco da Doença de Alzheimer na velhice. O risco é maior entre os solteiros e descasados quando comparados àqueles que têm um companheiro(a). Entre os viúvos, o risco é ainda maior. Aqueles sozinhos, tanto na meia idade quanto na velhice, apresentaram mais risco do que aqueles que só ficaram sozinhos na velhice.
O uso de anti-hipertensivos reduz o risco da Doença de Alzheimer. O risco é ainda menor do que nas pessoas que nem apresentam hipertensão arterial.
Fumo passivo aumenta o risco de demência. Além disso, aumenta o risco de morte prematura, câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Não precisa nem falar sobre os efeitos do fumo com o cigarro na boca.
Atividade física é um grande aliado na prevenção da Doença de Alzheimer. Isso não é nenhuma novidade, mas não custa nada lembrar.
Dr. Ricardo Teixeira é Doutor em Neurologia pela Unicamp. Atualmente, dirige o Instituto do Cérebro de Brasília (ICB) e dedica-se ao jornalismo científico em saúde. É também titular do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia”