A região dos olhos é fundamental para manter a harmonia do rosto. Qualquer sinal, como rugas, “pés-de-galinha” e bolsas, alteram a fisionomia, dando uma aparência de envelhecimento e cansaço, mesmo depois de longas horas de sono. “A partir dos 30 anos é natural que ocorram mudanças nas pálpebras. O aparecimento de marcas nessa região está relacionado a alguns fatores como idade, textura da pele, tendência genética, abaulamentos provocados por acúmulo de gordura e excesso de pele”, explica Dr. Alan Landecker, Membro Titular e Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro da prestigiada International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) e autor do livro Cirurgia Plástica – Manual do Paciente.
“Além do incômodo estético, pode haver interferência sobre a visão, pois em alguns casos, a pele das pálpebras superiores fica tão flácida que cai sobre o campo visual e, dependendo do ângulo, a pessoa não consegue enxergar. Com a flacidez da pele, as bolsas de gordura que existem nas pálpebras inferiores e superiores ficam visíveis, gerando desequilíbrio entre os olhos e o contorno dos tecidos da face”, destaca Dr. Alan.
Para correção das imperfeições nessa região, indica-se a realização de uma blefaroplastia ou cirurgia plástica das pálpebras. Não existe idade ideal, mas esse é uma operação que costuma ser indicada a partir dos 35 anos. A blefaroplastia diminui o ‘ar envelhecido’ e é indicada para pacientes com excesso de pele ou de gordura nas pálpebras, que tanto incômodo ocasionam às pessoas, mas não tem como objetivo remover pés-de-galinha’, rugas profundas, olheiras e erguer sobrancelhas caídas. Trata-se de um procedimento que ajuda a suavizar a transição entre os olhos e as outras regiões da face.
“A cirurgia pode ser feita isoladamente, somente nas pálpebras superiores, inferiores ou em ambas. Ela pode ser associada à outra cirurgia da face, como o lifting facial, ou a cantopexia, que corrige a queda na região lateral dos olhos. A combinação de procedimentos cirúrgicos contribui para rejuvenescer o rosto por inteiro”, explica o cirurgião.
Apesar de ser uma cirurgia simples, ainda gera dúvidas. Para esclarecê-las fizemos mais algumas perguntas ao Dr. Alan Landecker. Confira!
1) Como é realizada esta cirurgia?
A blefaroplastia é realizada através de incisões localizadas nas linhas naturais das pálpebras, ou seja, nas dobras das pálpebras superiores e logo abaixo dos cílios, nas pálpebras inferiores. Estas incisões podem ser prolongadas, quando necessário, para dentro das rugas, no canto externo dos olhos. Após incisar a pele, o cirurgião separa a pele da musculatura e gordura subjacentes, retira os excessos de gordura das bolsas palpebrais e remove as áreas de músculo e pele flácidos. Na pálpebra inferior, o tratamento das bolsas pode ser realizado pela via transconjuntival, sem cicatrizes na pele. Mas essa técnica é indicada para quem tem pele mais espessa e elástica.
2) Como a cirurgia é realizada numa área bem exposta e delicada, a cicatriz ficará visível?
A região das pálpebras apresenta boa cicatrização e as cicatrizes tendem a se tornar imperceptíveis após alguns meses. Vale lembrar que logo após a cirurgia, o local apresenta certa predisposição ao inchaço, pois a face é uma área de grande vascularização. Por isso, é preciso controlar ansiedade, pois o resultado é apreciável após dois meses da cirurgia plástica.
3) Há casos que a cirurgia de pálpebras não é indicada?
Algumas doenças podem interferir nos riscos da cirurgia, como hipotiroidismo, doença de Graves, hipertensão, diabetes, doença cardiovascular, glaucoma e descolamento de retina. Por isso é importante que o paciente informe ao médico seus antecedentes e sobre qualquer outro problema existente nos olhos, a fim de evitar qualquer imprevisto durante o procedimento.
4) A blefaroplastia também é indicada para quem tem sobrancelhas caídas?
Em pacientes com esta característica pode ser necessário realizar o lifting de testa. Esta cirurgia, além de reposicionar as sobrancelhas, pode atenuar a hiperatividade dos músculos que causam rugas de expressão na testa e, especialmente, entre os olhos.
5) Quais os principais cuidados no pós-operatório?
São vários os cuidados. Dentre eles vale ressaltar:
Manter a cabeça sempre elevada nos primeiros sete dias, utilizando vários travesseiros ou elevando a cabeceira da cama. É importante manter o pescoço reto para evitar espasmos e torcicolos na musculatura;
Só utilizar qualquer tipo maquiagem na região dos olhos após 10 dias da cirurgia, dando-se preferência aos produtos hipoalergênicos e lembrando de remover toda a maquiagem o final do dia;
Lavar os olhos delicadamente com soro fisiológico duas vezes ao dia. Aplicar o colírio indicado pelo médico em cada olho a cada seis horas;
Quem é fumante não deverá fumar por um mês, antes e após a cirurgia. Isto é especialmente importante, já que as substâncias contidas no cigarro causam vasoconstrição. Isto diminui o fornecimento dos elementos fundamentais para o processo de cicatrização, interferindo na qualidade da cicatriz, além de oferecer risco de necrose de pele e infecção;
Não tomar banho de sol de dois a três meses após a cirurgia. Após este período, a exposição pode ser feita desde que o paciente aplique FPS maior ou igual a 30 na face;
Não carregar peso por duas semanas, já que isso pode aumentar o inchaço e causar sangramentos.
Existem outras orientações e prescrições médicas, que o paciente deverá seguir rigorosamente para que o resultado seja o mais satisfatório possível.
Formado em Medicina e Cirurgia Geral pela Universidade de São Paulo, Dr. Alan Landecker iniciou sua formação em Cirurgia Plástica com o Professor Ivo Pitanguy, com quem trabalhou durante três anos. Tornou-se Membro Titular e Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e, também membro da prestigiada International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS). Realizou pós-graduação/especialização clínico-cirúrgicas nas Universidades de Miami, Alabama, Pittsburgh, New York e Texas Southwestern, um dos mais importantes centros de formação em cirurgia plástica dos Estados Unidos, o que permitiu desenvolver estudos que foram apresentados em eventos científicos e publicados em revistas internacionais especializadas.