Os portadores da hepatite B contarão com novas opções para tratamento – três medicamentos antivirais, que, associados a outros dois já adotados no Sistema Único de Saúde (SUS), ampliam as alternativas de tratamento para o controle da ação do VHB (o vírus causador da doença) no organismo.
As drogas fazem parte do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções, lançadas pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (27). A pasta está finalizando as negociações com os laboratórios e os medicamentos devem estar disponíveis nas unidades de saúde até o fim do primeiro trimestre de 2010.
Entre os novos medicamentos está o antirretroviral tenofovir. Usado para tratar a Aids no País desde julho de 2003, ele apresenta, de acordo com estudos internacionais, boa resposta para supressão do VHB em pessoas que nunca entraram em tratamento com medicamentos antivirais.
Negociação – Em recente negociação, finalizada em outubro, o Ministério da Saúde reduziu em 31,10% o valor pago pelo comprimido de tenofovir. Passou de US$ 2,54 para US$ 1,75, o que gerou uma redução de gasto de R$ 42,4 milhões para o orçamento de 2010. Com essa gestão, a pasta pode destinar parte dos recursos – cerca de R$ 20 milhões – para atender os portadores de hepatite B crônica no próximo ano sem grande impacto no orçamento, aumentando a eficiência do gasto.
Além dos novos medicamentos, o documento avança por recomendar a combinação de drogas para tratar pacientes em caso de resistência viral, além de propiciar o uso racional dos medicamentos. Isto é, o melhor medicamento ao custo mais baixo. Outra característica importante do novo protocolo é a recomendação da abordagem sequencial do tratamento, que preserva alternativas futuras de tratamento para eventual resistência viral e falha terapêutica.
Tratamento – O último protocolo para tratamento de hepatites estava em vigor desde 2002. A publicação do atual, associada à centralização da compra dos medicamentos pelo Ministério da Saúde, estabelece uma nova política nacional para o tratamento da doença. Ele deve pautar a atuação de hepatologistas e infectologistas de todo o País.
Vacina alcança proteção para mais de 90% dos imunizados – A vacina contra hepatite B é uma das principais medidas de prevenção contra a doença. Após as três doses da vacina, mais de 90% dos adultos jovens e 95% das crianças e adolescentes ficam imunizados contra a doença. Ela é oferecida na rede pública a toda a população até 19 anos desde 1998. Também está indicada a grupos específicos, como profissionais de saúde, independentemente da faixa etária.
A cobertura acumulada atual é cerca de 80% da população nessa faixa etária. Isso equivale a mais 50 milhões de pessoas que receberam as três doses da vacina. Já na faixa etária de 11 a 19, a cobertura cai para 63%. É uma das prioridades do Ministério a ampliação dessa cobertura para perto de 80%.