A Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos chama a sociedade para a reflexão sobre o papel de cada cidadão na preservação ambiental, quando estamos próximos ao dia 15 de outubro, data escolhida pelo Ministério do Meio Ambiente para promover o “Um Dia Sem Sacolas Plásticas”. A Plastivida tem atuado em todo Brasil, nas diversas esferas da sociedade – poder público, formadores de opinião, imprensa, empresariado, varejo, população em geral – no sentido de promover a educação ambiental e as práticas saudáveis para o meio ambiente, como o uso consciente de sacolas plásticas sem desperdício, coleta seletiva, reciclagem mecânica e energética.
Muita gente não percebe, mas os plásticos participam direta e indiretamente de nossas vidas, desde a hora em que acordamos até irmos para cama. Características como versatilidade, maleabilidade, higiene (sobretudo nas aplicações na medicina, como bolsas de sangue, soro, seringas descartáveis, etc), economia (preservação de alimentos e água), durabilidade e excelente custo-benefício, além de serem 100% recicláveis, tornam os plásticos insubstituíveis na vida cotidiana.
No caso das sacolas, isso não é diferente. A Plastivida analisou a questão das sacolas plásticas, através de pesquisa Ibope (2009), para verificar a importância das sacolas no cotidiano das pessoas. O resultado mostrou que 100% das mulheres das classes B, C e D, responsáveis pelas compras de seus domicílios, reutilizam as sacolas plásticas após as compras. Mostrou também que 73% das entrevistadas utilizam as sacolas para acondicionar o lixo doméstico, 69% consideram as sacolas a embalagem ideal para carregar suas compras e 75% dizem que é função do varejo fornecer as sacolas.
Uma vez que a sacola plástica representa comodidade e economia para a dona de casa, a Plastivida acredita que o consumo responsável é a melhor opção para que este tipo de embalagem possa continuar a ser usado.
Pensando assim, a entidade desenvolveu, juntamente com o Instituto Nacional do Plástico (INP) e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), oPrograma de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas. O programa incentiva o uso de sacolas fabricadas dentro da Norma Técnica ABNT 14.937 – o que significa sacolas mais resistentes. Com isso, o consumidor não precisa usar as sacolas pela metade de sua capacidade ou mesmo uma dentro da outra. Consegue reduzir o número de sacolas que usa e ainda garante a integridade de suas compras.
A ação é um esforço conjunto que inclui o varejo, através da parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e das entidades supermercadistas estaduais. Com isso, as redes que aderiram ao programa já contabilizam marcas importantes de redução (somente o Pão de Açúcar obteve 35% de redução nos primeiros meses da ação). O Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas já está em São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e, ainda este mês chegará em Goiás e no Distrito Federal.
A Plastivida acredita que preservação ambiental é um processo intimamente ligado a ações responsáveis. Não há magia. O uso e o descarte responsáveis – passando antes pelo reuso dos plásticos – é o único caminho para que se possa manter a comodidade que o produto oferece e reduzir o impacto ambiental. E é somente pela educação que a sociedade vai conseguir perceber falsas promessas do chamado “ecomarketing”.
É o caso das sacolas oxi-biodegradáveis, um plástico que se diz biodegradável, mas que é, na verdade, um engodo ambiental já que somente se esfarela – e não se biodegrada – tornando-se um pó plástico, sem a menor possibilidade de ser coletado e contaminando rios, lençóis freáticos e solos.
A Plastivida tem percorrido o Brasil para disseminar informações sobre a reciclagem mecânica e energética, a importância do conceito dos 3R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar, a reciclabilidade de cada tipo de plástico, a importância da coleta seletiva e da destinação correta do plástico pós-consumo. O Reduzir fala sobre o consumo responsável. Evitar o desperdício é fundamental para que os recursos não faltem. Para tanto basta o consumidor exigir sacolas dentro da Norma Técnica 14.937, o que equivale dizer, aguentam até 6 Kg.
Os plásticos foram feitos para durar – e que bom! Assim eles podem ser Reutilizados – o segundo R – diversas vezes. É o que a população faz com as sacolinhas plásticas. E é também o caso das ecobags – bolsas retornáveis para compras. Quando feitas de plástico, tornam-se mais fáceis de serem limpas, sem a utilização excessiva de água, evitam contaminações de resíduos das compras, são impermeáveis, além de oferecerem diversas possibilidades de design e impressão.
E quando reutilizar não é mais possível, entra o terceiro R – o de Reciclar. Os plásticos são 100% recicláveis e a indústria da reciclagem no Brasil tem crescido ano a ano. Hoje, o País recicla 21% de sua produção de plásticos, enquanto a Alemanha (recordista em reciclagem no mundo) recicla 31% e a média da União Européia é de 12%. Ainda assim, é uma indústria que tende a crescer, com o incremento da coleta seletiva. Se a coleta no Brasil fosse mais efetiva, a indústria da reciclagem não atuaria como hoje, com 30% de sua capacidade ociosa por falta de material a ser reciclado.
A reciclagem energética – O Brasil já dispõe da tecnologia para o tratamento térmico de lixo, que já é adotado nos Estados Unidos, China, Japão, Itália, França e Suíça, entre outros. A tecnologia transforma lixo urbano em energia elétrica e térmica usando como combustível todo tipo de plástico não destinado à reciclagem mecânica.
Trata-se de um processo limpo, sem emissão de gases ao ambiente e sem resíduos. O processo permitiu à Alemanha, por exemplo, abolir os aterros sanitários. Atualmente, cerca de 150 milhões de toneladas/ano de lixo urbano são destinadas a mais de 750 usinas de geração de energia elétrica ou térmica espalhadas por todo o mundo, todas perfeitamente adequadas às mais rígidas normas ambientais. Só o Japão possui 190 unidades.
A questão do resíduo sólido urbano como um todo – e as sacolas estão inclusas – é complexa e exige não só a educação e o comprometimento da população, mas também ações concretas de governantes no sentido de dar uma destinação adequada aos resíduos sólidos, para que todo o esforço anterior não se perca. A Plastivida acredita que, com o envolvimento de todos, os resultados obtido podem ser mais eficientes.