Uma reunião que durou toda a tarde de quinta-feira (25) serviu para reduzir a apreensão dos moradores de Mutum-Paraná, distrito localizado a 160 quilômetros de Porto Velho, que será parcialmente alagado com a construção da hidrelétrica de Jirau, o que obrigará a transferência dos moradores para outra localidade.
A reunião foi promovida pelo prefeito Roberto Sobrinho. Para os esclarecimentos, ele levou o secretário de Programas Especiais, Pedro Beber, responsável pelas ações das compensações ambientais das concessionárias Santo Antonio Energia (Saesa) e Energia Sustentável do Brasil (ESBR) e os gerentes da ESBR, Marcos Forini, responsável pelas negociações com os moradores e Élio Batistelo.
Na oportunidade o prefeito pediu aos moradores expusessem todas suas dúvidas com relação à mudança. Forini explicou que são basicamente quatro as alternativas oferecidas aos moradores, mas que alguns casos serão discutidos separadamente.
A primeira opção é a transferência para a nova vila que está sendo construída próxima ao canteiro de obras da Jirau, a 15km de Jacy-Paraná e a 60 de Mutum; a segunda é a indenização de quem não quiser morar na nova vila; a terceira, para os ribeirinhos do rio Mutum, que não abrem mão de seus costumes e cultura, que sobrevivem em função rio, é a possibilidade de instala-los as margens do rio Jacy e, por fim, para os moradores da área rural que não estão adaptados ao convívio em áreas urbanas nem pretendem mudar seus hábitos, haverá também um assentamento rural.
Infraestrutura
Detalhes como localização, tamanho das casas e comércio, dentre outros, segundo Forini serão tratados caso a caso. O representante da ESBR disse ainda que os moradores que se transferirem para a nova vila receberão uma ajuda de custo, cujo valor ainda não foi definido, pelo período de um ano, até que consigam emprego e retomem o ritmo normal de suas vidas.
A nova vila terá 1.600 casas, sendo 400 para os moradores de Mutum-Paraná e o restante para trabalhadores do canteiro de obras de Jirau. A vila terá infraestrutura completa com redes de água tratada, esgoto, drenagem, asfalto, calçadas, meio-fio, luz elétrica confiável 24 horas – no distrito atual os apagões acontecem diariamente – escolas, posto de saúde, comércio, telefone e internet grátis.
Produção
O prefeito Roberto Sobrinho cobrou dos representantes da ESBR alternativas de produção para os moradores da nova vila, e sugeriu que, potr meio das compensações ambientais, implante um programa de piscicultura no local. O secretário Pedro Beber ficou que negociar com a ESBR a forma como o programa pode ser viabilizado, vez que há grande dificuldade de comprar peixe em quantidade suficiente para ser mantido no cardápio dos trabalhadores. O prefeito foi informado de que o peixe consumido no canteiro de obras está sendo comprado em Ariquemes.