A previsão do Ipea para o resultado da produção industrial mensal de maio de 2009 em relação ao mesmo mês do ano anterior é de – 12%. “Na comparação com abril, prevemos avanço de 0,7% na produção com ajuste sazonal”, avalia Leonardo Carvalho, coordenador dos dados do Indicador Ipea de Produção Industrial Mensal, lançado hoje.
Os cinco primeiros meses de 2009 acumularam uma queda de 14,6%, reflexo da crise mundial e do ciclo de estoques. O pior resultado foi atingido pela produção de bens de capital que, com o recuo de 29,3% em relação a abril de 2008, já acumula queda de 22,6% no período entre janeiro e abril de 2009. Por outro lado, na série livre de efeitos sazonais, todas as categorias avançaram frente a março, com destaque para a produção de bens de consumo duráveis, que voltou a acelerar a sua taxa de crescimento e passou de 1,8% em março para 2,7% em abril.
“Dentre os indicadores setoriais, o destaque positivo ficou por conta do consumo de energia que, apesar da queda de 2,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, cresceu 5,6% frente a abril, na série com ajuste sazonal”, informa Carvalho. Já o setor de autoveículos avançou pelo quinto mês consecutivo na margem, registrando expansão de 2,3% em relação ao mês anterior. Na comparação com maio de 2008, porém, o resultado foi 8,0% menor.
Embora a produção esteja em um patamar 15% menor quando comparada ao acumulado dos cinco primeiros meses de 2008, o total de vendas tem mantido um bom desempenho e caiu somente 0,1% na mesma base de comparação. “Com o fim do ciclo de estoques no setor, espera-se que a performance das vendas, atribuída em parte à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), passe a ter efeitos mais significantes sobre a produção”, acredita Carvalho.
O fluxo de veículos pesados nas rodovias também registrou crescimento na comparação dessazonalizada, avançando 1,6% em relação a abril. Na comparação interanual, contudo, o mês de maio voltou a registrar recuo, com queda 4,9%. Já o setor de papelão cresceu 1,8% frente a março, com retração de 2,9% na comparação com abril de 2008. Por fim, o setor de papelão repetiu o padrão dos demais, com variação negativa na comparação interanual (-6,5%) e positiva na margem (1,6%).
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