Comunidades remanescentes de quilombo instaladas há mais de dois séculos no estado de Rondônia sofrem necessidades vitais de sobrevivência por conta da dificuldade que ainda enfrentam para serem reconhecidas. A informação é de Marco Antônio Domingues Teixeira, historiador da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e estudioso desses grupos.
Em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional, Teixeira afirmou que a população quilombola do Vale do Guaporé está em situação de marginalização da sociedade. “A gente tem constatado que essas comunidades ainda vivem à margem do processo de reconhecimento de cidadania e que o existir da população quilombola ainda é um ato de resistência até os dias de hoje.”
Segundo o historiador, a má qualidade no sistema de educação nas comunidades é uma das causas da atual situação. Os povoados contam com ensino escolar de 1ª a 4ª séries, no entanto, os calendários escolares raramente são cumpridos com eficiência.
A falta de projetos governamentais para a educação de quilombolas e de professores que se disponham a ficar nas comunidades isoladas são motivos do problema, segundo Teixeira.
“As comunidades quilombolas já tiveram dias mais tranquilos e mais felizes, mas hoje a educação é precária. Nós temos uma educação de 1ª a 4ª séries que não tem avançado muito. Tem casos de crianças lá que fazem pela quinta vez a 4ª série. É triste a gente assistir a uma coisa dessas”.
No Vale do Guaporé, em Rondônia, há 12 comunidades identificadas como remanescentes de quilombo. Todas estão em processo de reconhecimento ou já foram reconhecidas e três passam por regularização fundiária.
Da Agência Brasil