O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reforçou, nesta quinta-feira (27), a importância da liberação de R$ 2,18 bilhões por medida provisória em crédito suplementar para as ações de combate a gripe A (H1N1). Com o montante, será possível adquirir 73 milhões de doses da vacina contra a nova gripe, compra de mais 11,2 milhões de tratamentos, além de equipamentos para hospitalização, material de diagnóstico, aumento do número de leitos de UTI, capacitação dos profissionais e ampliação dos turnos nas unidades de saúde.
“A liberação desses recursos se dará de maneira rápida. A aplicação dos recursos será para ações de prevenção — como a compra da vacina e campanhas de comunicação — e tratamento, o que inclui medicamento, leito, treinamento e capacitação de profissionais de saúde”, disse o ministro, em coletiva de imprensa, no Lançamento da Política Nacional de Saúde do Homem. Segundo Temporão, será feita uma licitação nacional para a aquisição de vacinas, que suplementarão a capacidade de entrega do Instituto Butantan. Sobre os tratamentos, a idéia é que o Brasil possa manter um estoque estratégico confortável, caso venha a enfrentar uma eventual segunda onda da doença no próximo inverno.
No comparativo com os 15 países com maior número de mortes, o Brasil tem a 7ª taxa de mortalidade, que representa o percentual de óbitos em relação à população de cada país. São 0,29 óbitos por cem mil habitantes. Os países com as maiores taxas de mortalidade, inclusive no Brasil, estão no hemisfério Sul, exceto a Costa Rica.
“É uma doença nova, a dinâmica é muito grande. Estamos no Hemisfério Sul em pleno período de frio, enquanto os países do Hemisfério Norte estão no verão. Na realidade, essa situação com certeza vai mudar bastante”, disse o Temporão. Para ele, ainda é muito cedo e precoce fazer análises qualitativas. “Estamos simplesmente no início de uma nova doença, de uma pandemia que atingiu o mundo inteiro em um período muito curto. Nesse exato momento, os países do Hemisfério Norte estão observando o que está acontecendo nos Hemisfério Sul. É nós poderemos observar o que vai acontecer nos países do Hemisfério Norte a partir dos próximos dois meses”, afirmou.
Ele lembrou que a Organização Mundial da Saúde, em um documento oficial, reiterou a conduta acertada do governo brasileiro em relação ao enfrentamento da doença. O organismo mundial aponta o adequado uso do medicamento específico, o que, para o ministro, reforça que a conduta do Ministério da Saúde está baseada em sólidas informações epidemiológicas e nas orientações das organizações internacionais.