Durante entrevista, o secretário dos Transportes também comenta sobre os problemas e investimentos no transporte público, a regularização dos mototáxis e a circulação de caminhões em São Paulo
Em entrevista ao programa Roda Viva, que vai ao ar hoje (3/8), às 22h10, na TV Cultura, o secretário municipal de Transportes de São Paulo, Alexandre de Moraes, fala sobre a regularização dos ônibus fretados na cidade. “O que a prefeitura está fazendo é garantir uma regulamentação para um setor, que está totalmente bagunçado. Não há uma proibição dos fretados, mas uma regularização. Nós não podemos olhar apenas o microcosmo de 44 mil pessoas quando temos para administrar quase 7 milhões de pessoas que andam no transporte público de São Paulo, por dia. Por isso, essa restrição veio pra ficar e pra auxiliar não só o transporte público, mas o trânsito como um todo”.
Moraes também diz que o ‘pinga-pinga’ é o grande problema dos fretados: “O que há e vai continuar acontecendo é uma proibição do chamado pinga-pinga. São ônibus que fazem o transporte clandestino e queriam parar de ponto em ponto, pegando pessoas, deixando passageiros e atrapalhando o transporte público em São Paulo. As pessoas têm que entender isso, porque vivem em sociedade. Não podem usar o fretado com um táxi grande”.
Sobre os motivos que teriam resultado nessa desorganização do fretamento, Alexandre disse que nas últimas décadas não houve um cuidado neste segmento. “É um fenômeno mais recente, muito grande e chegou nesse ponto porque de uns três anos pra cá explodiu. Há necessidade de o poder público correr atrás. A realidade é mais rápida do que a regulamentação”.
O secretário comenta ainda sobre o reflexo desta iniciativa para o trânsito da cidade: “Gilberto Kassab teve coragem de regulamentar agora, assim como no ano passado tivemos coragem de fazer com os caminhões. Nós conseguimos melhorar a fluidez desde o ano passado com a zona máxima de caminhões”.
Ao ser questionado se trocaria seu carro pelo transporte público, Moraes foi enfático: “Eu deixaria meu carro em casa se tivéssemos bons corredores, Metrô, linhas rápidas. E esse é o desafio. Quando há esse oferecimento as pessoas vão. Hoje seria uma hipocrisia minha dizer que não ando de carro oficial”.
O secretário fala ainda dos investimentos da prefeitura no Metrô: “O nosso prefeito foi o primeiro em 30 anos que deu 1 bilhão de reais ao Metrô na primeira gestão. Já agora assinamos um convênio, no final de julho, com o governador José Serra, para mais 1 bilhão de investimentos no Metrô”.
Durante a entrevista, o secretário também menciona a restrição aos caminhões em São Paulo. “O Rodoanel é muito importante para a cidade de São Paulo. No dia 29 de novembro, agora, há expectativa da inauguração do trecho possível do Rodoanel. Com isso, nós vamos aprimorar, rever e até endurecer a restrição a caminhões aqui na capital”.
Quanto à atividade do mototaxismo, ele é taxativo: “Somos contra, mas pode ser aprovado. E se isso acontecer, será preciso uma rigorosa disciplina. A moto tem que ter chip, para termos certeza da fiscalização”. Ele também comenta a implantação de faixas exclusivas para motos em São Paulo: “A segunda motofaixa, que deve ser instalada brevemente, chega até o Centro. Pegamos a Vergueiro, a Liberdade, até o Centro, para que os motociclistas que venham pela 23 de maio, Rubem Berta, desviem. Porque lá, na região do Detran, é um índice muito grande de acidentes de motos e estamos estudando os locais das demais motofaixas. Hoje, na capital, morrem 1,3 motociclistas por dia. Isso é um número assustador”.
Alexandre de Moraes afirma ainda que a cidade de São Paulo não terá pedágio urbano na gestão do prefeito Gilberto Kassab. “O pedágio urbano, nessa gestão, não é possível de instalação, enquanto o transporte público não puder acomodar essa possibilidade. Nós estaríamos fazendo algo que seria, tranquilamente, colocado como injustiça social”.