Os Estados das regiões Norte, Sudeste e Sul são mais sensíveis à atual crise econômica do que os do Nordeste e Centro-Oeste. Essa é a conclusão de uma pesquisa da FGV Projetos, que mediu a suscetibilidade de Estados e regiões à desaceleração econômica.
Num índice de suscetibilidade que variou de 1 a 10, os Estados do Norte ficaram com índice de 7,69 e os dos Sudeste, com 7,5. A região Sul ficou com o maior índice, de 7,8. O Nordeste e o Centro-Oeste ficaram com uma taxa bem menor, de 1,25 e 1,51, respectivamente.
Para chegar a uma medição da sensibilidade de cada região à crise, o estudo avaliou seis principais variáveis: arrecadação, desempenho do IPI, vendas, exportações, emprego e disponibilidade de crédito. Entre os Estados considerados mais suscetíveis estão Amazonas, Maranhão e Minas Gerais. Ficaram com os menores índices Acre, Paraíba e Rondônia.
O pesquisador Fernando Blumenschein, coordenador da FGV Projetos, explica que se houver aprofundamento e prolongamento da crise, a tendência será acentuar os impactos diferenciados entre as regiões e principalmente entre os Estados.
Blumenschein diz que é difícil elencar os fatores que tornam um dos Estados mais suscetível que outro à desaceleração econômica. “Há uma série de fatores que influenciam, como o perfil do emprego”, exemplifica. Ele lembra que regiões com uma economia mais dinâmica, como o Sudeste, acabam sofrendo impacto mais no emprego nesses momentos. “São Paulo, por exemplo, é um Estado no qual a rotatividade é bem maior e a grande oferta e demanda provoca uma otimização constante em relação a custo com salários”, diz. “É um quadro diferente dos Estados do Nordeste, que possuem uma perfil mais tradicional e com menor diversificação de trabalhadores.”
Blumenschein também ressalta que os Estados com forte indústria de manufaturas, como São Paulo e Amazonas, em função da Zona Franca de Manaus, também tendem a sofrer grande impacto. O mesmo acontece com Estados em que a mineração é importante, como Minas Gerais e Pará.
Para o pesquisador, também faz diferença entre os Estados a aplicação de medidas de gestão. “É possível verificar que isso ajudou a amenizar os efeitos da crise, gerando uma queda de arrecadação menor”, explica.(MW).
Fonte: Valor Econômico