O secretário de Saúde do Paraná, Gilberto Martin, declarou nesta quarta-feira (22) que, mesmo com o primeiro óbito registrado no Paraná pela nova gripe A (H1N1), as estratégias de contenção da doença não mudam. De forma geral, a estrutura hospitalar que está preparada desde o surgimento dos primeiros casos no México se mantém e serão feitos apenas alguns ajustes, com um novo protocolo, cuja produção foi iniciada nas semanas anteriores.
“Já estamos com um trabalho intenso de vigilância, investigando todos os óbitos por insuficiência respiratória aguda grave por causa viral. Na medida em que você confirma um óbito, aumenta naturalmente a demanda por assistência. Mas temos uma rede de assistência muito melhor que a maioria dos estados brasileiros. Temos uma estrutura de leitos de UTI, que praticamente dobrou nos últimos anos, e leitos de isolamento reservados para o tratamento da influenza em todas as regionais de Saúde”, afirmou Martin, que lembrou que o Paraná além dos quatro hospitais de referência definidos pelo Ministério da Saúde, ainda conta com pelo menos um hospital de retaguarda definido pela própria Secretaria.
O secretário também lembrou que são mais de 2 mil postos de saúde no Paraná para o primeiro atendimento dos pacientes. “O primeiro passo é procurar sempre a unidade de saúde. Vale reforçar a orientação: quem tiver sintomas de gripe que procure a unidade de saúde mais próxima, pois é lá que ela vai ter o atendimento adequado e estará menos sujeito ao contato com outras doenças”, completa.
Uma recomendação que serve para todos os casos de influenza A (H1N1): “Assim que a pessoa coletou as amostras pra exame na unidade de saúde, o isolamento domiciliar de sete dias deve ser mantido para todos os casos, mesmo que a pessoa não tenha resultado do exame”, disse. O objetivo é conter a transmissão do vírus, portanto, os casos suspeitos recebem a orientação de isolamento domiciliar mesmo sem a confirmação do caso.
O secretário também reforçou que pessoas com sintomas gripais devem adotar algumas medidas preventivas, como evitar aglomerações, ao tossir procurar proteger a boca e também manter as mão sempre bem lavadas e limpas, afim de evitar a transmissão de qualquer vírus.
Para Martin, o Estado deve focar a atenção em preparar a rede de assistência para receber a demanda de pacientes que necessitem de atendimento hospitalar, uma vez que não tem como saber se é gripe sazonal ou a nova gripe. “Neste momento vamos intensificar a organização da assistência, para receber esta demanda, fazer o atendimento mais adequado e tentar ser o mais resolutivo possível”, complementa.
CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS – O Estado vai intensificar a capacitação dos profissionais de Saúde, para que estejam preparados para receber os pacientes. “Todos os profissionais da rede pública receberam um treinamento no começo do processo, para diagnóstico e coleta de exames. Já os médicos do Paraná receberam em casa, e eu sei porque sou médico e recebi, um impresso da Associação Médica do Paraná, Conselho Regional de Medicina e Secretaria Estadual de Saúde, mostrando como ele deve proceder quando chega um paciente nestas condições”, finalizou.
A Secretaria da Saúde confirmou nesta quarta-feira (22) mais oito casos da nova gripe no Paraná. Cinco deles estão na região Curitiba e três na região de Foz do Iguaçu. Com estes resultados, 70 são os casos confirmados da doença desde o início da epidemia. Um paciente morreu.
Dos oito novos casos, cinco pessoas contraíram o vírus no exterior, em países com Argentina, Paraguai e Estados Unidos. Os outros três casos permanecem em investigação. Em todos os casos, a Secretaria da Saúde rastreou e monitora as pessoas que tiveram contato com os doentes.
Além dos 70 casos confirmados, 718 pessoas ainda aguardam os resultados dos exames. Um total de 313 casos já foram descartados. A Secretaria da Saúde reafirma que está monitorando a doença com rigor em todo Paraná e adotando todas as providências para evitar a disseminação.