A Secretaria do Estado de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), participou de uma reunião extraordinária na sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em Guajará-Mirim, com os seringueiros da Reserva Extrativista Estadual do Rio Pacaás Novos, no último sábado (27). A reunião, promovida pelo Conselho Deliberativo da referida Unidade de Conservação, teve como objetivo discutir uma saída para o problema das comunidades tradicionais que vivem há décadas no local e que correm o risco de serem expulsos a qualquer momento, pela FUNAI.
De acordo com os seringueiros, a FUNAI e o INCRA, órgão Federais, estavam a realizar um levantamento fundiário na localidade e agora querem obrigá-los a deixar as áreas de terra que ocupam dentro da reserva, que no entendimento da FUNAI deverão ser repassadas aos índios que vivem na região. Ressaltam ainda os moradores tradicionais que moram no local há mais de cem anos e sobrevivem do que plantam e colhem.
Os extrativistas afirmam que já foram tangidos (expulsos) de outras localidades por causa dos índios e, segundo eles, nunca foram indenizados. Explicam que desta vez não têm para onde ir e por isso vão lutar para permanecer onde estão.
O secretário da SEDAM, Cletho Muniz de Brito, estava presente na reunião junto com o presidente do Conselho em Guajará-Mirim, Elibeu Carmo e Silva. “As famílias extrativistas de Rondônia nunca tiveram apoio. Muitos nasceram e já morreram lá dentro. Agora a FUNAI está querendo demarcar, dizendo que o local é terra indígena, mesmo depois de já definida a questão através do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado de Rondônia”, afirmou o Secretário Cletho Muniz de Brito, ressaltando que o Governo do Estado está do lado dos extrativistas.
No local moram mais de 65 famílias que estão entristecidas com a situação e com medo de serem despejadas da área que cresceram. Mais de 150 moradores tradicionais participaram da reunião, além de representantes de outras instituições governamentais e não governamentais. Ao final, foi elaborado um documento relatando toda situação atual da área em questão e pedindo providências às autoridades competentes, bem como a retirada de cerca de 100 índios que já se encontram instalados indevidamente no interior da referida Unidade de Conservação.