Devido às perspectivas de intercâmbio comercial entre Rondônia e os países da América Latina, o governador Ivo Cassol designou uma nova missão ao secretário de Finanças, José Genaro de Andrade: verificar as possibilidades de derrubar as barreiras alfandegárias entre Rondônia e os países andinos.
A intenção do Governo do Estado é evitar o lamentável incidente ocorrido durante a viagem realizada no mês passado ao Peru, onde foram apreendidos na alfândega peruana cerca de 50 quilos de carne de Rondônia. Uma medida preventiva, uma vez que o Estado tem produtos que a população e autoridades do Peru mostraram interesse de consumo, como a carne bovina, café, arroz, derivados do leite e outras mercadorias produzidas em grande escala.
O secretário José Genaro disse que essa será uma tarefa árdua, porque não depende apenas de Rondônia, a União é quem detém as regras. “Nós vamos tentar entendimento com o Governo Federal, mostrar que há essa necessidade de facilitar a tributação, prevendo a redução das tarifas tanto na entrada quanto na saída de mercadorias, de forma que venha existir uma relação de confiança entre os dois países”, ressalta.
De acordo com Genaro, nessa viagem, as negociações comerciais entre Rondônia e Peru mostraram-se bem maiores que 17 anos atrás, quando esteve pela primeira vez no país da América Latina.
Importação
A intenção do Governo do Estado é também de consumir os produtos peruanos, como cebola, alho sal, azeite de oliva, azeitona, batata inglesa e outros produtos hortifrutigranjeiros, em que o Estado passará a ter economia de tempo e dinheiro gastos com o frete.
Atualmente, o sal refinado consumido pela população rondoniense vem de Mossoró, Rio Grande do Norte. Até Rondônia, o produto percorre cerca de 5.000 quilômetros, enquanto que o percurso de Matarani (Peru) até Porto Velho é de pouco mais de 2.000 quilômetros. No caso da batata inglesa, o trajeto é de 1.600 quilômetros de Puerto Maldonado à Rondônia. “Se conseguirmos driblar toda essa burocracia de fronteira, teremos um novo produto de consumo, bem mais barato. Através dessa nova porta de consumo, o Centro-Oeste irá tratar nosso Estado como os demais do Brasil, ou seja, de forma igualitária, o que até hoje não acontece”, finaliza.
Durante a viagem ao Peru, foi assinado um acordo de cooperação com a possibilidade de utilizar as Rodovias 421 e 429 como novas opções de exportação e importação para Rondônia e Peru.
Além da opção terrestre, o Governo do Estado aposta ainda na integração comercial entre os dois países através de uma via férrea, ligando Rondônia ao Peru. O projeto da construção da ferrovia foi desenvolvido por uma empresa peruana na década de 1940, tendo como base a experiência da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. A empresa peruana já realizou o estudo de viabilidade e agora busca parcerias e recursos para tirar o projeto do papel.
Fonte: A/I SEFIN – Secretaria de Fazenda