Com o slogan “Não dá pra vacilar. Mais uma vez, tem que vacinar”, o Ministério da Saúde reforça, a partir deste domingo, o alerta aos pais e responsáveis sobre a importância de levar as crianças menores de cinco anos aos postos de vacinação no dia 19 de setembro. Nessa data, será realizada a segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite. As peças publicitárias começam a ser veiculadas em emissoras de rádio e TV neste fim de semana. Também serão publicados anúncios em jornais, revistas e sites.
A meta da segunda etapa da campanha é proteger cerca de 14,7 milhões de crianças – o que representa 95% das crianças menores de cinco anos. Cerca de 115 mil postos de vacinação participarão da mobilização em todo o país. Serão aproximadamente 350 mil pessoas trabalhando na campanha, que contará com a utilização de 40 mil veículos (terrestre, marítimo e fluvial). A primeira etapa foi realizada em 20 de junho e atingiu 95,7% do público alvo.
O investimento, na primeira e segunda fase, foi de R$ 47,6 milhões: R$ 21,8 milhões na compra dos imunobiológicos; R$ 13,9 milhões nas transferências para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e Secretarias Municipais de Saúde (SMS) e R$ 12 milhões em campanha publicitária.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não há circulação do vírus da poliomielite no Brasil e em toda a América Latina. Esse resultado é uma consequência das campanhas de vacinação realizadas desde a década de 1980. Mesmo assim, é importante vacinar as crianças. “Nossa missão é garantir que o vírus da pólio continue eliminado”, afirma a coordenadorado Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Maria Arindelita Arruda.
SOBRE A VACINA – Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a poliomelite está disponível durante todo o ano nos postos de saúde e nas campanhas de vacinação de rotina. Os bebês devem receber a vacina aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, as crianças recebem o primeiro reforço. Mesmo assim, é importante que até os cinco anos de idade elas tomem anualmente as duas doses distribuídas na Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite.
Esses reforços, segundo a coordenadora do PNI, são importantes porque a poliomielite é transmitida por três tipos de vírus. Se a criança não desenvolveu a imunidade com relação a um deles, com as várias doses, ela tem oportunidade de se proteger. O Ministério recomenda que crianças que estejam com febre ou alguma infecção procurem um médico antes de receberem as gotinhas. Sob orientação profissional, a vacinação desse paciente pode ser adiada para quando ele estiver melhor.
NO MUNDO – Existe um movimento mundial de erradicação da pólio. Ela é uma doença endêmica, ou seja, sua transmissão é constante, em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo.
Segundo Maria Arindelita, o fato de o Brasil ter comércio com alguns desses países faz com que exista um fluxo migratório entre as nações. Assim, não é porque a pólio está erradicada no Brasil que se pode agir com descaso. Portanto, é fundamental manter a vigilância e as crianças imunizadas.