Aceita somente em 2001 pelo Conselho Federal de Psicologia para aplicação nos casos de distúrbios psicológicos, a Hipnoterapia tem se mostrado um método muito eficaz no tratamento de um dos males mais frequentes da atualidade: a Síndrome do Pânico. “Com o uso da Hipnoterapia, a ideia não é somente atenuar os acessos do Pânico, mas sim curá-los, sendo que cerca de 70% dos casos atendidos recebem alta entre a oitava e vigésima sessão”, afirma o Dr. Bayard Galvão, psicólogo clínico e presidente dos institutos Milton H. Erickson de São Paulo e de Hipnoterapia Educativa.
Segundo explica o especialista, o processo de pânico é dividido em duas fases: (a) o acúmulo de ansiedades gerando intensos sintomas, como falta de ar e dores no peito, confundidas comumente com problemas cardíacos, muitas vezes levando a pessoa ao hospital; e (b) o medo de reviver as mesmas sensações. “É como geralmente se define a Síndrome de Pânico, o ”medo de ter medo”, podendo ser agravado pelo medo da morte ou da perda de controle, gerada pela ansiedade excessiva”, explica.
Entre as comuns causas de sofrimentos que levam pacientes aos consultórios com sintomas de Síndrome do Pânico, no caso do Dr. Bayard Galvão, são dificuldades financeiras, aumento da insegurança em relacionamentos afetivos e pressões diretas ou indiretas no trabalho, além de outras exigências da sociedade contemporânea. “Existe uma expectativa-exigência de se possuir um corpo magro e jovial, ser um pai/mãe que conversa, orienta, entende, dialoga e é paciencioso, além de não bastar ter apenas uma faculdade: a sociedade cobra pós-graduações e fluência em outra língua”, explica Bayard, que ressalta ainda a diminuição da segurança emocional, afetiva e moral – antes ditadas pela religião, cada vez mais enfraquecida – entre outras causas. “Há também o aumento da competição, da solidão, da insegurança frente o significado da vida e o excesso de expectativa sobre si e os outros”, afirma.
Tratamento e cura
Para Bayard, embora os problemas iniciais que conduziram às crises iniciais de ansiedade sejam resolvidos, a Síndrome do Pânico pode continuar, retroalimentados por outras situações como o “medo de ter medo” ou perda de controle. E é no tratamento das causas que é introduzida a Hipnoterapia. “A hipnose pode ser aplicada em todas as causas do sofrimento. Como exemplo, trabalhar o medo da morte pode ser o suficiente para curar a Síndrome”, diz Bayard. “As reflexões sobre as diferentes dores iniciais (problemas profissionais ou de relacionamento) e secundárias (medo de ter medo ou de morrer) durante o processo de psicoterapia seriam espalhadas pelo passado, através da hipermnésia (fenômeno da hipnose), e futuro, por meio da pseudo-orientação no futuro (idem), trazendo a cura para esse sofrimento”, conclui.