Trezentos e doze índios da Aldeia Kiwoã, localizada dentro da Terra
Indígena Karitiana, foram beneficiados com a instalação de antena
parabólica VSAT (sigla em inglês para Very Small Aperture Terminal) pelo
Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), nessa quarta-feira (30). A
instalação na aldeia, a 150km da capital de Rondônia, foi resultado da
parceria com o projeto de inclusão digital do Tribunal de Justiça de
Rondônia (TJ) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai),
que ofereceu curso de informática e doou computadores para a escola
municipal da aldeia. É a primeira terra indígena do estado a receber uma
VSAT equipada com sistema de banda larga IP Advantage, que permite um
melhor acesso à rede mundial de computadores, com dois megabytes de
velocidade compartilhada.
Além de funcionar 24 horas por dia, sem interferência de fatores
climáticos, a antena também permite ligações telefônicas gratuitas para os
demais terminais do mesmo tipo (cerca de 700 instalados em toda a Amazônia
Legal) e para linhas convencionais através do direcionamento feito no
Sipam em Porto Velho. “Nossos parentes índios têm direito a conhecer as
tecnologias para se integrar à sociedade em condições de igualdade”,
defende José Neumar da Silveira, gerente regional do Sipam. Responsável
pela preservação da cultura indígena local, o cacique José Maria
Karitiana, ou Poopa, só vê benefícios no contato dos índios com as novas
tecnologias. “Nossa cultura nunca acaba. Essa ajuda faz crescer muito a
aldeia, que precisa estudar para ter os mesmos direitos dos brancos”,
revela José Maria.
Acesso para escola e órgãos públicos
Em cerimônia na aldeia nesta manhã, treze indígenas receberam das
autoridades do Sipam, Senai, TJ e da Caixa Econômica Federal seus
certificados de conclusão do curso e comemoraram a inauguração da sala de
informática. “Agradecemos ao Sipam pela parceria, sem ela não seria
possível a nossa inclusão digital”, disse Inácio Karitiana, diretor da
escola.
O acesso à internet também será útil para ações dos agentes da Fundação
Nacional do Índio (Funai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que
mantêm casas de apoio na aldeia. Hoje, o Centro Regional do Sipam em Porto
Velho é responsável por 108 antenas, que são muitas vezes a única forma de
comunicação em áreas isoladas como terras indígenas, postos de fronteira e
unidades de conservação.