Seu trabalho de conclusão de curso é o filme Espalhadas pelo ar. Com ele, a cineasta Vera Egito não conseguiu apenas se formar na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). A diretora de 25 anos conquistou os críticos franceses e se tornou um dos grandes destaques da mais antiga mostra paralela do Festival de Cannes, a “Semana da Crítica”.
O “jovem talento promissor”, como foi apresentada no festival, recebeu convite tanto para abrir como para encerrar a mostra, que se iniciou com seu primeiro curta-metragem, Elo, e se encerrará com Espalhadas pelo ar.
De acordo com Esther Hamburger, chefe do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA, raramente um filme produzido na graduação ganha uma projeção de tais dimensões no mais importante festival de cinema do mundo.
Segundo a professora, a mostra, organizada desde 1962 pelo Sindicato Francês dos Críticos de Cinema, tem uma curadoria específica conhecida por seu rigor na seleção dos filmes. A “Semana da Crítica” é focada no segmento de jovens talentos promissores.
Espalhadas pelo ar conta a relação entre uma menina de 14 anos, que está vivenciando seu primeiro amor, e sua vizinha, de 30 anos, que percebe que seu casamento chegou ao fim. Um grupo de garotas se esconde na escadaria de um prédio para fumar cigarros. Elas se despem para evitar que o cheiro da fumaça fique impregnado na roupa. A vizinha mais velha, ao encontrá-las, reencontra o caminho para sua liberdade.
Agência FAPESP – Por Fábio de Castro