Os paulistanos têm reclamado do calorão das últimas semanas e os registros mostram que eles têm razão, as temperaturas estão cerca de 4°C acima da média – que para a época do ano é de 25,9°C. Na maioria dos dias, os termômetros ultrapassaram a casa dos 30°C, chegando aos 33,6°C no dia 3. No entanto, o que mais incomoda são as temperaturas mínimas, já que provocam um desconforto para dormir. Até o momento a média está em 20,4°C, sendo que o esperado para um mês de novembro é 16,6°C.
Será o fim do mundo? Morreremos de tanto calor? “Pelo menos por enquanto não”, tranquiliza o meteorologista da Somar Paulo Etchichury. “Essa situação é absolutamente normal para os parâmetros meteorológicos”, afirma. Seria então os efeitos do aquecimento global? Segundo o meteorologista também não podemos atribuir esse calor dos últimos dias ao aquecimento global – que pode até contribuir, mas não é o fator determinante.
Segundo Etchichury, as temperaturas mais altas deste mês estão relacionadas com o El Niño, que é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Esse fenômeno interfere diretamente no regime de chuvas e temperaturas do mundo inteiro, sendo que em São Paulo, o efeito mais evidente está relacionado com aumento das temperaturas.
“Esse calor que estamos sentindo em São Paulo, por exemplo, tem relação com as fortes chuvas registradas no Sul do país nos últimos dias”, afirma Paulo. Segundo o meteorologista, o El Niño cria uma situação na atmosfera fazendo com que frentes frias sejam mais frequentes e permaneçam por mais tempo no Sul do país. Em contrapartida, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste ficam sob efeito de uma massa de ar quente.
Como a previsão indica um El Niño pelo menos até março de 2010, não só os paulistanos, mas os moradores do Sudeste e Centro-Oeste em geral, vão continuar enfrentando temperaturas mais elevadas até o fim do Verão. “Vale lembrar que nessa estação as chuvas são mais frequentes, o que ajuda a mininizar o calorão da tarde. No entanto, as temperaturas noturnas continuam elevadas”, conclui Paulo.