Níveis baixos do principal hormônio masculino estão relacionados com o surgimento de sintomas semelhantes aos da menopausa feminina e ao agravamento do quadro de síndrome metabólica. Médicos e especialistas de todo Brasil se reuniram neste mês na cidade de Goiânia, durante o XXXII Congresso Brasileiro de Urologia, para debater aspectos da saúde masculina. No simpósio apoiado pela Bayer Schering Pharma, os urologistas brasileiros Archimedes Nardozza Júnior, Ernani Luis Rhoden e o norte-americano Abraham Morgentaler apresentaram as últimas tendências e pesquisas nas áreas de disfunção erétil e deficiência de testosterona. Entre os temas, foi abordada a relação entre os níveis de testosterona e as doenças crônicas como síndrome metabólica e hipertensão. Também esteve em debate a importância do tempo de duração das ereções como parâmetro para avaliar a eficácia de medicamentos contra a DE.
Testosterona e saúde masculina – Diversos estudos têm demonstrado que a queda das taxas de testosterona no organismo masculino associada ao avanço da idade está ligada também a males crônicos, especialmente àqueles que representam alto risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas e cardiovasculares: diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão e dislipidemia (colesterol alto).
Esse fenômeno, conhecido como Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM) – também chamado de hipogonadismo – tem prevalência de 20% a 35% entre a população masculina com mais de 40 anos. O problema pode acarretar sintomas psicológicos como depressão, irritabilidade e dificuldade de concentração, além da possibilidade de agravar doenças crônicas como obesidade e hipertensão arterial, além de aumentar o risco cardiovascular.
“A população está envelhecendo rapidamente, sendo que daqui a 10 anos teremos mais de 30 milhões de pessoas com mais 60 anos no Brasil. Diante disso, algumas doenças que estão vinculadas ao DAEM terão a incidência aumentada”, explica Ernani Luis Rhoden, professor adjunto de urologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSRS). “Por isso, a relação entre níveis de testosterona no organismo masculino e o aumento do risco cardiovascular e de morte vem sendo amplamente estudada”, completa o urologista.
A introdução de um tratamento específico para normalizar os níveis de testosterona em homens que apresentam queda das taxas desse hormônio no organismo é recente. Mas, de acordo com especialistas, é importante manter as taxas hormonais em dia. “A testosterona atua para diminuir a gordura corporal, reduzir o risco de osteoporose, melhorar o desempenho intelectual e a função sexual do homem”, diz Ernani Luis Rhoden.
Disfunção erétil é marcador para doenças crônicas no homem – O urologista Archimedes Nardozza Júnior, chefe do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), explica que a saúde sexual é uma das principais preocupações masculinas, estando em primeiro lugar para 96% dos homens, conforme um levantamento realizado recentemente entre urologistas. Ainda de acordo com o urologista, a disfunção erétil (DE) é um problema que atinge mais de 50% os homens maduros. “É enorme a quantidade de homens que têm algum tipo de queixa relativa à ereção”, afirma o especialista.
Nesse contexto, a relação entre a disfunção erétil e doenças crônicas – como diabetes e males cardiovasculares – vem chamando cada vez mais a atenção dos médicos. “A DE piora com o avanço da idade e a presença principalmente de obesidade e males cardiovasculares”, revela Archimedes Nardozza Júnior. De acordo com o urologista, a relação entre problemas de ereção e as doenças crônicas acontece porque as artérias e veias do pênis são afetadas de forma precoce pelos danos causados pela aterosclerose decorrente de hipertensão ou pelo diabetes por serem mais finas.
Novo parâmetro para medir a qualidade da ereção masculina – Um estudo internacional denominado ENDURANCE realizado com 201 pacientes comprovou que o tempo de duração das ereções em homens com problemas como hipertensão, diabetes e síndrome metabólica pode até triplicar com o uso de vardenafila (Levitra®, da Bayer Schering Pharma), aumentando da média de 5 minutos para até 12 minutos. Tendo em vista outra pesquisa recente mostrou que a relação sexual satisfatória para o casal dura de 7 a 13 minutos e que a média de tempo dos intercursos dos homens saudáveis é de 10 minutos, os dados trazidos pelo ENDURANCE são um alívio para quem sofre de disfunção erétil (DE).
Todos os participantes do estudo receberam cronômetros para marcar o tempo de duração de suas ereções. Eles passaram por dois períodos de testes, um utilizando vardenafila (Levitra®, da Bayer Schering Pharma) e outro tomando placebo (comprimidos sem princípio ativo). Após tomar comprimidos de vardenafila, os participantes relataram uma duração média da ereção de até 12 minutos. Por outro lado, ao ingerir placebo, a média obtida foi de 5 minutos. “Para o paciente com DE, obter uma ereção com a firmeza e o tempo de duração suficientes para uma relação satisfatória para o casal faz toda a diferença”, explica Archimedes Nardozza Júnior.