O pesquisador Álvaro Eiras, criador do M.I Dengue – Monitoramento Inteligente da Dengue, vai repassar os royalties de licenciamento de uso da tecnologia para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O produto captura fêmeas do mosquito aedes aegypti e monitora áreas de risco. A cerimônia de transferência será realizada em 31/8, às 9:00, na reitoria da UFMG.
As pesquisas para a construção do M.I Dengue duraram mais de 10 anos. O trabalho foi desenvolvido pelo professor Álvaro Eiras e a equipe do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.
O mosquito capturado pelo M.I Dengue chega à armadilha por causa de um atraente químico, também resultado das pesquisas no ICB. Na armadilha, as fêmeas do mosquito ficam presas em um cartão adesivo, impedindo que os ovos sejam depositados. A inovação também possui um software que transmite em tempo real, as informações sobre a área monitorada, com o número de mosquitos capturados.
Segundo o pesquisador, o apoio do SEBRAE-MG foi decisivo para que o produto alcançasse o mercado. “Assim que o M.I. Dengue ficou pronto, em 2003, passei quase um ano pensando em como viabilizá-lo. Participei de cursos de empreendedorismo e de plano de negócio.
O protótipo da armadilha foi desenvolvido com recursos do Programa Sebrae de Consultoria Tecnológica (Sebraetec)”, comenta Álvaro.
Mais de 40 cidades brasileiras utilizam o M.I Dengue. A inovação chegou até à cidade australiana de Cairnes. As vendas do produto somam R$1 milhão.
O gerente do SEBRAE-MG, Anízio Dutra Vianna, lembra que as pesquisas realizadas nas universidades podem contribuir para o desenvolvimento econômico quando transformadas em negócios. “Produtos inovadores, com potencial de mercado e úteis para a sociedade, geram emprego, renda e arrecadação. Temos que estimular a transformação do conhecimento em negócios”, comenta Anízio.
PII
O SEBRAE-MG e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) criaram, em 2007, um projeto para transformar o conhecimento e as pesquisas geradas nas universidades em negócios. O PII – Programa de Incentivo à Inovação já foi realizado na Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e UFMG.