No próximo dia 23, às 9h, haverá o lançamento da Cátedra Brasil-África, no Centro de Convenções da Universidade Federal do Pará. Na ocasião, também será assinado o Convênio de Cooperação Internacional com a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), localizada no continente africano. Os eventos contarão com a presença do reitor da Uni-CV, Antonio Correia e Silva, entre outras autoridades. Para celebrar o Acordo de Cooperação, a Casa de Estudos Brasil-África da Federal paraense programou uma série de atividades, entre elas, a mesa-redonda “África na sociedade global: tendências e perspectivas”.
Atualmente, a UFPA tem cerca de 30 alunos africanos matriculados em alguns de seus cursos de graduação e de pós-graduação. Esse será o primeiro convênio oficial firmado entre a UFPA e uma instituição de ensino superior daquele continente, mas as relações da Universidade com a África já promoveram intercâmbio com países como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Quênia, Costa do Marfim, República Dominicana do Congo, Gabão, Senegal e Nigéria.
De acordo com o coordenador da Casa Brasil-África, Apolinário Alves, o contato com o continente africano significa um grande salto de qualidade para a produção de conhecimento na UFPA, uma vez que, de uma forma geral, as relações mundiais com a África ainda são muito incipientes e marcadas por uma visão estereotipada. “Apesar de ter sido fragilizado pelo processo de escravidão e pela corrida imperialista dos séculos passados, a história do continente africano precede a de todos os outros. A maior parte dos países, em todo o mundo, tem alguma forma de prática cultural originária na África”, afirma.
Realidade – Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 72% da população paraense é formada por pessoas que se declaram pretas ou pardas. Apesar dos números relevantes, os afro-descendentes ainda são minoria entre os que conseguem ter acesso à educação superior. “Essa é uma realidade que torna muito mais evidente a necessidade de se investir em políticas de cooperação internacional”, observa Apolinário.
As ações da UFPA, nesse sentido, têm seguido um rumo positivo, primeiro com a transformação do Grupo de Estudos Afro-Amazônicos na Casa de Estudos Brasil-África. Mais recentemente, com a criação da Assessoria Étnico- Racial da UFPA. E, agora, com o lançamento da Cátedra Brasil-África e o Convênio de Cooperação com a Uni-CV. As expectativas com relação a demais parcerias com universidades de outros países aumentam com as atividades da também recém-criada Pró-Reitoria de Relações Internacionais (PROINTER), tendo como pró-reitor o professor Flávio Nassar.
Programação – O reitor da Universidade de Cabo Verde, Antonio Correia e Silva, estará em Belém entre os dias 17 e 24 de setembro. Ele deverá participar de uma série de reuniões com dirigentes de institutos e faculdades da UFPA, representantes da administração superior da Instituição e integrantes de movimentos sociais voltados para a causa negra. O ápice da programação será no dia 23, com a assinatura do Convênio, às 9h, a conferência ministrada pelo reitor Antonio Silva, às 10h, e a mesa-redonda “África na sociedade global: tendências e perspectivas”, às 15h.
A abertura do evento ficará por conta dos grupos culturais “Bibi da Amazônia” e “Tambores Africanos”, além da apresentação das orquestras da Escola de Música da UFPA. Até o dia 24, haverá, ainda, a Exposição “Olhares Curiosos”, que trará imagens fotográficas produzidas na África, esculturas feitas nas comunidades remanescentes de quilombos no Pará e a II Mostra de Filmes África-Brasil.
A programação é de livre acesso ao público. Confira os detalhes aqui:
Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação da UFPA