As vendas no varejo de material de construção cresceram 5,5% no mês de junho, na comparação com o mesmo período de 2008. Os dados são da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), entidade que representa as 138 mil lojas do setor existentes no país.
Na comparação junho de 2009 sobre maio de 2009 o desempenho foi de 4%. Já no acumulado do ano (janeiro a junho de 2009 sobre o mesmo período do ano passado), o setor cresceu 1,3%.
As vendas dos produtos com redução de IPI cresceram 10% em junho e, no acumulado de abril a junho, 12,5%.
IPI
A Anamaco comemorou o anúncio feito pelo Governo Federal no último dia 29 de junho, prorrogando a desoneração para os produtos do setor até o final de dezembro. “Estamos muito satisfeitos porque o governo entendeu que, como a redução do IPI não atingiu nossos estoques, a nossa resposta ao estímulo acabou sendo mais lenta do que gostaríamos”, declarou Conz.
Segundo ele, com a redução do IPI incidente sobre materiais de construção, produtos como o cimento, tinta e cerâmica tiveram uma redução média nos preços de 8,5%. “As lojas tiveram que trabalhar com um preço médio, porque os estoques ainda estavam com mercadorias com o IPI antigo e, em contrapartida, o consumidor já estava solicitando o desconto no balcão. Agora, que mais de 50% dos estoques antigos já giraram, a tendência é a de que os preços destes produtos caiam ainda mais para o consumidor final”, explica. “A prorrogação do IPI vem dar fôlego e ânimo ao setor no sentido de melhorar as vendas e ampliar o número de empregos e investimentos na cadeia produtiva”, completa.
Conz, que é membro do Grupo de Acompanhamento da Crise, diz, ainda, que em função da prorrogação do IPI para até dezembro, a entidade reviu a projeção de crescimento para 2009, que até então era de 5%. “A nossa expectativa é que fecharemos o ano com 6,5% de crescimento sobre 2008”, diz. “Além disso, a inclusão de vergalhão de cobre no pacote de desoneração abre a perspectiva de inclusão de outros segmentos para que a concorrência dos produtos utilizados na mesma faixa de uso não seja prejudicada. Isso favorece a chamada isonomia tributária”, completa.
A Anamaco vai focar o seu trabalho no segundo semestre para abaixar o IPI dos produtos não beneficiados pelo pacote. “Há muitos IPIs de produtos do setor com alíquotas de 10%, 18%. A nossa intenção é trazer todos eles para um patamar 5%, assim teríamos apenas duas alíquotas – a zerada e a de 5%. Em 2010 iremos trabalhar para a extinção total do IPI para os produtos do setor”, afirma Conz. Segundo ele, o projeto se justifica porque no segundo semestre começam a sair as liberações para o programa “Minha Casa Minha Vida”. “A estimativa preliminar é a de que, até junho de 2010, entre em aprovação e em construção, estejam sendo feitas 650 mil unidades. Como o setor tem um ciclo muito longo, não se pode, no meio de um programa desta magnitude, sofrer um aumento dos preços dos produtos”, afirma.
Repasse dos preços ao consumidor
Pesquisa da Anamaco mostra a queda dos preços de alguns itens desonerados: (preço médio por produto – cotação nacional)
1) Chuveiro elétrico (unidade) – antes da redução de IPI era vendido a R$ 28,90. Após a redução: R$ 25,90
2) Cimento (saco de 50 quilos) – antes da redução de IPI: vendido a R$ 19,90. Após a redução: R$ 16,90
3) Tinta esmalte base água – antes da redução de IPI: R$ 75,89. Depois da redução: R$ 67,90
4) Cadeado (nº20) – antes da redução: R$ 9,89. Depois da redução: R$ 7,90.