O índice de quedas e os acidentes de trânsito mantém continua sendo um importante fator de risco para a saúde da população nesse faixa etária
O Ministério da Saúde forneceu 13 milhões de caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, desde 2007, segundo balanço realizado durante o Encontro Nacional de Coordenadores de Saúde do Idoso, realizado em Salvador. A publicação, além de trazer informações importantes sobre os cuidados com essa população, registra o histórico de saúde e acompanhamento da pessoa com mais de 60 anos. Até o final deste ano, a meta do Mais Saúde é entregar 19 milhões unidades.
Segundo a consultora técnica, Elen Pernin, o Ministério da Saúde vem realizando uma importante ação de apoio às iniciativas de capacitação de profissionais para o preenchimento adequado da caderneta. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde apontou que 75% dos municípios brasileiros vêm desenvolvendo esse tipo de treinamento treinamentos. O principal público são pessoas com nível médio e superior e agentes comunitários de saúde.
“Com essas ações o Ministério espera aumentar o controle sobre doenças e agravos, reduzir as incapacidades e dependências do idoso e evitar progressão para seqüelas e complicações”, explica a coordenadora de Saúde do Idoso, Luiza Machado.
ACIDENTES – O índice de quedas e os acidentes de trânsito mantém continua sendo um importante fator de risco para a saúde da população nesse faixa etária. Elas representam 61% e 14%, respectivamente, dos 3.209 atendimentos de idosos notificadas em serviços de urgência e emergência durante o inquérito Viva. São números consolidados para o ano de 2007. Hoje os casos de violência doméstica, sexual, auto-provocadas e outras violências cometidas contra pessoas idosas são obrigatoriamente notificados pelo Vigilância de Violências e Acidentes (Viva). Uma rede formada pelos serviços municipais, informa às secretarias estaduais de saúde, que por sua vez notificam o Ministério da Saúde sobre os casos.
“Os dados revelam os casos graves, que chegam aos hospitais de urgência e as lesões leves e moderadas”, comenta a coordenadora da área técnica de Vigilância e Prevenção de Violência e Acidentes, Marta Silva, do Ministério da Saúde. Para ela, há outros casos, que não chegam ao pronto atendimento, o que amplia esse problema de saúde pública.
A partir das notificações, o Ministério da Saúde, compila as estatísticas e constrói ações de prevenção e promoção da saúde. Por exemplo, no trânsito, os acidentes com idosos acontecem principalmente com pedestres (36%), bicicletas (16%), automóvel (15%) e motocicleta (14%).
Os tipos de violência contra idosos, mais comuns notificados pela vigilância são: 92% física e 20% psicológica. Dentre o perfil dos agressores em 34% das vezes é um familiar. A rede Viva articula-se com 255 Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde (NPVPS), sendo 216 secretarias municipais de saúde, 21 secretarias estaduais , 16 instituições acadêmica e 2 ONGs. Por meio dos dados coletados, são acionadas ações de prevenção.
ENVELHECIMENTO – O Brasil será um país de pessoas idosas a partir de 2050, quando a população será de 63 milhões de pessoas acima de 60 anos. Se em 1980 eram 10 idosos para cada 100 jovens, em 2050 serão 172 idosos para cada 100 jovens. A expectativa reflete na melhora da esperança de vida ao nascer, que saiu de 43,3 anos, na década de 1950, para 72,5 anos em 2007 (sexo feminino). Além disso, a média de filhos por mulher em idade fértil deverá diminuir. Se está em 1,9 filhos, chegará em 2030 a ser negativa de -0,05.
Os dados foram apresentadas, pelo Coordenador Técnico do Censo Demográfico, Joilson de Souza, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – BA. “O desequilíbrio entre a quantidade de idosos e a proporção de crianças é preocupante”, alertou Souza. Hoje, a maior proporção de idosos está principalmente nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraíba.