A osteoporose pode causar dor intensa e até levar à morte. A técnica da Cifoplastia tem sido utilizada com sucesso para o tratamento de fraturas causadas por compressão dos ossos, no alívio da dor e na reversão do processo de deformidade da doença.
Considerada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como a Epidemia silenciosa do século, a osteoporose tem sido um problema de saúde pública no mundo inteiro devido ao aumento da expectativa de vida da população. Atualmente já são mais de 10 milhões de brasileiros que sofrem com a doença e cerca de 30 milhões de pessoas no país correm o risco de desenvolver a osteoporose nos próximos anos. “Se não for prevenida ou tratada, a doença que torna os ossos quebradiços, pode progredir de forma indolor até que ocorra uma fratura”, alerta o médico ortopedista, Cristiano Menezes. A cada ano são mais de 700 mil novos casos de fraturas por compressão da coluna, que resultam em um aumento anormal da curvatura da espinha torácica. Para aliviar a dor e estabilizar a fratura, recuperar a altura e reduzir as deformidades causadas pela doença um tratamento promissor tem sido utilizado com grande sucesso: a Cifoplastia.
Membro da Sociedade Brasileira de Coluna, o médico Cristiano Menezes foi o primeiro a realizar o procedimento em Minas Gerais. “A cifoplastia é uma revolução para o tratamento das fraturas decorrentes de compressão dos ossos. Até recentemente as únicas soluções disponíveis eram medicações contra a dor, repouso, aparelhos ortopédicos ou cirurgias extremamente invasivas”, explica Menezes. E ressalta. “O procedimento que também é minimamente invasivo consegue acabar com a dor quase que imediatamente e ainda é muito eficiente na reversão de deformidades associadas a essas fraturas”, comemora.
Segundo Menezes, a cifoplastia é um procedimento simples. Ela é feita sob anestesia local ou geral. São realizadas duas pequenas incisões nas costas do paciente e com a ajuda de imagens de raios x em tempo real – um processo chamado de fluoroscopia -, é levado um tubo fino até a vértebra fraturada. O osso é perfurado e um balão chamado de “boné tamp” é inserido em cada lado. Esses balões são inflados com líquido de contraste (para que sejam visíveis nos raios x de referência), até que eles expandam e atinjam a altura desejada, sendo então removidos. Ou seja, ao se encher o balão alavanca as porções do osso, que caíram ao quebrar, colocando-as de volta às suas posições originais. O objetivo é fazer a vértebra retornar à sua forma natural. O balão é então esvaziado e retirado. Os espaços criados são preenchidos com cimento ortopédico unindo a fratura. O cimento endurece rapidamente, proporcionando força e estabilidade para as vértebras.
A dona de casa Maria Helena Neves, de 67 anos, foi a primeira paciente a se submeter ao tratamento em Minas Gerais, acompanhada do Dr. Cristiano Menezes. Maria que já sofria de osteoporose, teve seu caso agravado após um acidente de carro que sofreu em 2007, quando fraturou uma vértebra da coluna. “A dor se intensificou. Era impressionante. Eu perdi o jogo das pernas. Não conseguia me mover direito. E olha que sou uma mulher forte. Era uma dor que não dava pausa, era contínua. Eu chegava a chorar de tanto que sofria”, lembra. Depois da cifoplastia a dona de casa é pura satisfação. “Internei em um dia e no outro já saí caminhando. Minha vida mudou completamente. Hoje já consigo fazer as minhas coisas sem dor. Foi como se jogassem água no fogo”, comemora.
As quedas de idosos em casa são as causas mais frequentes de fraturas de indivíduos com osteoporose. As fraturas veem acompanhadas de fortes dores. A dona de casa Ione Victória Gouveia engrossa as estatísticas. Ione, de 75 anos, escorregou, caiu sentada e teve a vértebra T12 fraturada. Com o tratamento da cifoplastia, Ione se recuperou rapidamente. “Hoje estou sem dores nenhuma. Foi tudo muito rápido. Minha recuperação foi excelente”.
Segundo Menezes, a cifoplastia traz inúmeros benefícios aos pacientes como curto período cirúrgico, em geral, um dia de internação; não é necessária a utilização de gesso ou de aparelhos ortopédicos como coletes; recuperação da altura da coluna e redução da deformidade. Menezes explica que o procedimento dura de 30 a 40 minutos e que depois disso o paciente permanece deitado por cerca de duas horas. Após apenas uma noite no hospital, o paciente já pode se levantar e caminhar.
O médico explica que a cifoplastia é indicada para o tratamento de fraturas na coluna lombar e da parte inferior da coluna torácica. Ele alerta que mesmo após a cirurgia o paciente deve se prevenir de futuras fraturas derivadas da osteoporose através de atividades físicas diárias, assim como evitar o tabagismo. A prevenção ainda continua sendo a melhor aliada ao surgimento da osteoporose. “Além da prática de exercícios físicos constantes, é importante que sejam adotadas medidas simples para se evitar quedas tais como retirar tapetes, disposição adequada de móveis e evitar o uso indiscriminado de tranquilizantes”.
A falta de atividade física ou pouca ingestão de cálcio na infância e na adolescência aumentam a fragilidade do osso e o risco de desenvolver a doença. “O problema é que as pessoas descobrem que tem a osteoporose por causa das dores provocadas pelas fraturas. Somente no Brasil mais de 200 mil pessoas morrem por ano vítimas da doença”, conclui.