Copa do Mundo 2010 – para os amantes do futebol, a contagem regressiva para a Copa do Mundo 2010 já começou. Sobretudo para os seis mil brasileiros que vão embarcar rumo à África do Sul para assistir aos jogos, a serem disputados de 10 de junho a 11 de julho em nove cidades diferentes. Quem vai viajar ao continente africano, precisa adotar algumas medidas a fim de evitar riscos à saúde. Esses cuidados devem ser redobrados caso o torcedor aproveite para conhecer outros países da região.
Na opinião da médica Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm – Sociedade Brasileira de Imunizações, a prevenção deve começar já no Brasil. “É sempre importante o viajante estar com o calendário de vacinação em dia”, observa. Para aqueles que são suscetíveis a sarampo, caxumba ou rubéola tomar a vacina tríplice viral é imprescindível. O torcedor deve ficar atento ao reforço das vacinas contra a febre amarela, a difteria e o tétano, necessário a cada 10 anos.
“Outras vacinas recomendadas são contra hepatite A e hepatite B”, diz a especialista. A hepatite A é transmitida pela ingestão de alimentos e líquidos contaminados, muito comum em áreas com saneamento básico precário. O contágio pela hepatite B ocorre pelo contato com o sangue e as secreções de uma pessoa infectada, principalmente por contatos sexuais, uso compartilhado de seringas, injeções e escovas de dente, transfusões de sangue contaminado e por objetos cortantes – alicates de unha e lâminas de barbeiros.
A proteção contra a gripe A/H1N1 e a gripe sazonal deve estar na lista das medidas preventivas a serem adotadas pelos torcedores, conforme alerta Lucia Bricks, doutora em Medicina pela USP e diretora médica da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas do grupo Sanofi-Aventis. De acordo com o último boletim da Organização Mundial da Saúde, o vírus da Influenza pandêmica (H1N1) persiste como o mais detectado no mundo, mas os vírus Influenza B e o Influenza A/H3N2 também foram isolados em alguns países.
“Na Copa do Mundo, pessoas de diversos paises estarão circulando na África do Sul, havendo maior possibilidade de exposição aos vírus B e A (H3N2). A vacina trivalente sazonal para o hemisfério sul propicia mais amplo espectro de proteção em comparação com a vacina monovalente e deve ser recomendada para pessoas com mais de seis meses de idade que pretendem viajar para assistir aos jogos. De preferência, ela deve ser administrada, no mínimo duas semanas antes da viagem”, afirma Lucia Bricks.
FEBRE AMARELA
A vacina contra a febre amarela merece um capítulo à parte, porque é uma exigência do governo sul-africano para franquear o acesso de brasileiros ao país. Para se proteger, qualquer cidadão pode recorrer à rede pública (hospitais e postos de saúde) ou às clínicas particulares de vacinação credenciadas pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância em Saúde. A vacina deve ser tomada, no mínimo, dez dias antes da viagem.
Mas cabe lembrar que esses estabelecimentos apenas fornecem o Cartão Nacional de Vacinação, com a data da administração e o lote da vacina, a assinatura do profissional responsável pelo procedimento e a identificação da unidade de saúde. Quem vai para o Exterior precisa apresentar o passaporte e o cartão em um Centro de Orientação ao Viajante da Anvisa para obter o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia.
“Muitas pessoas deixam para validar o cartão no aeroporto, um pouco antes do embarque, e aí podem ter surpresas desagradáveis. O centro da Anvisa pode estar fechado ou o cartão ter falhas no preenchimento”, adverte Isabella Ballalai. O viajante que não quer ter dores de cabeça deve fazer esta operação com antecedência. A relação dos centros da Anvisa e das clínicas de vacinação credenciadas pode ser consultada pelo website www.anvisa.gov.br.
OUTROS CUIDADOS
Se o torcedor vai aproveitar a Copa para passear pelo continente africano, tem no especialista em Medicina de Viagem uma boa opção para se informar sobre dicas de saúde e as vacinas recomendadas para o destino planejado. Dependendo da região, o turista deve se prevenir contra a meningite meningocócica A, poliomielite e febre tifóide.
A Sanofi Pasteur disponibiliza no Brasil boa parte das vacinas para viajantes. Mantém ainda o website www.viagemcomsaude.com.br com dados sobre 223 destinos, dos quais 54 na África. Ilustrada com cerca de 900 fotos e mapas, a página com acesso gratuito dá informações sobre as vacinas e ensina o turista a enfrentar problemas como jet lag, enjôos marítimos e falta de ar em grandes altitudes e se proteger contra o sol intenso e baixas temperaturas.
Durante a viagem, o torcedor tem de prestar atenção ao consumo de água e alimentos, porque a diarréia é o problema de saúde mais comum aos viajantes. Para ficar longe de desarranjos intestinais, é bom evitar alimentos de ambulantes, gelo e alimentos de procedência desconhecida e preferir água mineral. O uso de repelente é essencial para afastar os insetos.
Com a experiência de quem trabalha em uma empresa que já atuou em três edições da Copa do Mundo, o diretor comercial da Travel Ace, Evandro Correa, recomenda ao turista adquirir um plano de assistência médica antes de sair do País. “O torcedor estará exposto a uma série de riscos. Para assistir a alguns jogos, terá de enfrentar muitas horas em viagens de avião. E por estar em uma Copa do Mundo, pode pagar muito caro por um serviço de saúde”, afirma. A Travel Ace é a fornecedora oficial de cartões de assistência às operadoras autorizadas pela Fifa a venderem no Brasil pacotes para a Copa.