Crescimento do PIB – a pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas atingiu, em agosto deste ano, o maior nível desde janeiro de 2006. Assim, a cada 1 mil pagamentos realizados por esse tipo de empresa em agosto, 957 foram quitados à vista ou com atraso de no máximo sete dias, segundo dados da Serasa Experian, divulgados nesta terça-feira, 21.
De acordo com o professor do Departamento de Contabilidade Finanças e Controle da FGV-EAESP, José Pereira da Silva, não é possível prever que esse cenário de queda da inadimplência permaneça.
“A projeção da inadimplência não é um exercício fácil. Poderemos ter devedores adimplentes no momento, que se tornarão inadimplentes futuramente, dependendo do seu grau de endividamento. Os fatores políticos e econômicos serão determinantes. Para precaver essa alta dos índices de inadimplência, os bancos utilizam o spread, diferença entre as taxas que os bancos pagam ao captar dinheiro no mercado e o juro que cobram nos empréstimos. No Brasil, o spread é alto”.
O professor destaca ainda que o crédito pode contribuir para o crescimento do PIB. “Há uma expectativa de crescimento do PIB da ordem de 7% e de que a inflação fique em 5%. O crédito contribuirá com o crescimento, porém não tenho expectativa de uma explosão de crédito. Os últimos dados do BACEN mostram que em julho deste ano, o crédito chegou a 45,9% do PIB. Porém, pelo que temos acompanhado, o BACEN vem monitorando seu crescimento e mantendo as taxas de juros em níveis altos para evitar um possível crescimento da inflação, provocada pelo aumento da demanda”.
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