Estudo da Adecco e do IESE Business School sobre padrões de migração na Europa– a Espanha foi o país da União Europeia (UE) que registrou o maior número de saídas de trabalhadores estrangeiros em 2009: 90 mil pessoas, mais ou menos igualmente distribuídas entre cidadãos dos 12 novos países membros da UE e vindas do resto do mundo, de acordo com uma pesquisa realizada pela organização de recursos humanos Adecco e o IESE Business School. No mesmo ano, porém, a Espanha foi também o país que recebeu o maior número de imigrantes dos 15 países originais da UE, cerca de 48 mil pessoas.
Mesmo com as alterações trazidas aos fluxos migratórios pela crise econômica, a Espanha continua a ser o país com a maior proporção de imigrantes na população economicamente ativa. São 3.624.000 pessoas, ou 15,8% da força de trabalho. Como termo de comparação, na França a proporção é de 5,4%.
Tomando os 27 países da UE como um todo, o aumento anual do número de estrangeiros ativos caiu de 10,2% em 2008 para 2,0% em 2009. Mas a participação dos estrangeiros no total da força de trabalho continuou a aumentar nos últimos anos: passou de 6,5% em 2007 para 7,2% em 2009.
Os cinco países que registraram maiores quedas na demanda interna em 2009, sendo, portanto, os mais afetados pela crise – Irlanda, Hungria, Espanha, Reino Unido e Holanda – registraram todos diminuição do número de estrangeiros ativos em 2009. No único país da EU-27 a registrar crescimento na economia nesse ano, a Polônia, houve, por outro lado, um aumento no número de imigrantes.
A UE-27 abrigava, em 2009, 17,2 milhões de imigrantes, um em cada 14 habitantes. Deles, 80% estão concentrados em cinco países, Alemanha, Espanha, Reino Unido, França e Itália. Uma entre cada 53 pessoas do UE-15 está trabalhando em outros países da comunidade. Entre os 12 novos membros, a proporção cresce para uma em cada 16.
Em termos absolutos, a Alemanha, com 3,9 milhões, é o país com o maior número de estrangeiros economicamente ativos. Em termos proporcionais, porém, o primeiro lugar pertence à Espanha, com 15,8%, seguida da Irlanda, com 14,1% (302 mil pessoas), e Áustria, com 11,1% (476 mil pessoas). Todos os outros países da UE têm proporções inferiores a 10%.
Os países da Europa Oriental têm proporções baixas. Na Polônia, os trabalhadores estrangeiros são apenas 0,2% da força de trabalho (26 mil pessoas) e na Hungria, 0,7% (31 mil pessoas). Dos cinco países com maior concentração de imigrantes, a França é o único a apresentar uma proporção inferior à média europeia, 5,4%, ou 1.543.000 pessoas. Mesmo com uma força de trabalho 24% superior, a França tem menos da metade de mão de obra imigrante que a Espanha.
Entre os imigrantes, o país com maior proporção de trabalhadores de fora da UE é Portugal, com 84,5% do total de mão de obra imigrante, seguido da Espanha, com 69,9%, e da Itália, com 67,3%. No outro extremo está a Irlanda, onde só 25% dos trabalhadores imigrantes vêm de fora da UE.
Os países que registraram as maiores quedas proporcionais de estrangeiros economicamente ativos de 2008 para 2009 foram a Hungria, com 19,7%, e a Irlanda, com 13,2%. Entre os que ganharam mão de obra imigrante, o primeiro lugar coube à Polônia, com 32,8%, e o segundo à Itália, com 10,2%.
Tipicamente, as variações na população ativa nacional respondem principalmente a fatores demográficos de longo prazo, como o envelhecimento da população, e a mudanças socioculturais, como a incorporação da mulher ao mercado trabalho. As variações na população ativa estrangeira tendem a estar ligadas de forma mais estreita aos ciclos econômicos, tanto no país receptor como no emissor. Isso também contribui para explicar a menor mobilidade relativa dos naturais da UE-15, pois a maior integração faz com que os ciclos econômicos de todos os países evoluam de forma semelhante.
Os dados usados no estudo não estabelecem diferenças entre mão de obra legalizada ou não. Isso pode ser importante no caso de trabalhadores de fora da União Europeia e reforça a ligação entre imigração e ciclos econômicos. Um estrangeiro em situação irregular não terá o apoio de uma rede familiar, como acontece com o nacional, ou acesso ao seguro-desemprego. Isso pode fazer com que volte ao país de origem ou vá tentar a sorte em um terceiro país.
Examinando os dados de 2009 com relação a 2008, os dois países que sofreram maiores contrações na atividade econômica interna, Irlanda e Hungria, foram também os únicos em que diminuiu o número de imigrantes ativos dos três grupos – dos países do UE-15, dos 12 países que entraram na comunidade com as expansões de 2004 e 2007 e os de fora da União Europeia.
A Espanha, que teve a terceira maior redução da atividade econômica, assistiu a uma diminuição em dois dos três grupos, o dos novos membros e os do resto do mundo. Reino Unido e Holanda, que ocuparam os lugares seguintes, registraram quedas apenas entre os imigrantes ativos procedentes de fora da União Europeia.
Isso parece sugerir que quando a contração é muito severa, da ordem de 10%, todos os grupos são atingidos. Em uma contração grave, mas não severa, são atingidos especialmente os do resto do mundo, faixa na qual se concentram as pessoas em situação irregular, já que os nacionais dos países membros têm livre trânsito na UE.
Sobre o IESE
O IESE está entre as dez melhores escolas de negócios do mundo e é pioneira em educação executiva na Europa desde sua fundação em 1958, na Espanha. O IESE destaca-se por seu foco em direção geral, intensiva utilização do método do caso, expansão internacional e ênfase ao colocar a pessoa no centro das tomadas de decisões. Realmente global, o IESE possui campus em Madri e Barcelona, além de um centro em Nova Iorque e escritórios em Munique. Atualmente, a escola de negócios oferece programas em quatro continentes. No Brasil, ministra o Program for Management Development (PMD) e o Advanced Management Program (AMP) em associação com o ISE – Educação Executiva, de São Paulo. O IESE foi eleito, em 2009, a melhor escola de negócios do mundo em programas MBA pela The Economist, de Londres. Mais informações podem ser obtidas por meio do site www.iese.edu.
Sobre a Adecco
A Adecco é a empresa líder na gestão de Recursos Humanos. Nesse setor, oferece um serviço integral por meio de suas linhas de negócios especializadas em emprego temporário e seleção (Adecco Office e Adecco Industrial), consultoria de seleção (Adecco Professional, com suas linhas especializadas por perfis: Adecco Engineering & Technical, Adecco Finance & Legal, Adecco Information Technology, Adecco Medical & Science e Adecco Sales & Marketing), externalização de processos (Adecco Outsourcing, Eurocen, Extel Crm, Eurovendex), consultoria de formação (Adecco Training) e serviços de recolocação (Creade Lee Hetch Harrison).