A Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP alerta: mulheres na fase do climatério (menopausa) devem procurar tratamento médico para a, eventual, reposição hormonal. Métodos simples e baratos podem amenizar os desconfortos, provocados pelas ondas de calor, transpiração excessiva e secura na vagina, que se agravam nesta época de Verão. Segundo a ginecologista do HC, Ceci Lopes, do ambulatório do climatério do HC, uma dieta com a ingestão diária de soja, rica em isoflavonas, é uma alternativa terapêutica.
As isoflavonas são substâncias químicas vegetais com estrutura química semelhante à do estrógeno, hormônio feminino fabricado pelos ovários. Pela semelhança, são chamadas de fitoestrógenos.
O consumo diário de cerca de 60g de soja, o equivalente a 45 mg de isoflavonas, é o suficiente para minimizar as ondas de calor. A falta de lubrificação vaginal não é amenizada pela substância.
Ceci Lopes acrescenta que alguns alimentos à base de soja encontrados no mercado nem sempre dispõem de quantidade adequada de isoflavonas, o que prejudica o tratamento. Para garantir o alívio dos sintomas, é imprescindível o uso de extratos padronizados de soja, com a dose mínima necessária da substância.
No climatério, a mulher apresenta alterações hormonais, com níveis de estrógeno no sangue reduzidos acentuadamente. As taxas diminuem porque a mulher perde a capacidade reprodutiva, com a ausência da produção de hormônios pelo ovário.
Pesquisas realizadas em países, como o Japão, China, Estados Unidos, Europa comprovam os benefícios do grão no tratamento do climatério.
No Brasil, encontra-se em implantação pelo Ministério da Saúde o Programa de Fitoterapia no SUS, com a regulamentação de plantas, a exemplo da soja, adianta a Ceci Lopes.
O consumo da soja, aliado ao acompanhamento médico e hábitos saudáveis, como a prática de esportes, são importantes para a manutenção da saúde, recomenda a especialista.