Revolucionário nos tratamentos estéticos, o uso do laser pode trazer complicações se não for usado corretamente
Após os anos 2000, os lasers se tornaram a principal arma dos dermatologistas contra o envelhecimento cutâneo e, nas mãos de profissionais habilitados, podem produzir verdadeiros “milagres” de rejuvenescimento combatendo rugas, pelos (depilação definitiva), manchas, lesões solares, acne, queda de cabelo, etc… Associado ao Botox® e aos preenchimentos, os lasers se torraram os procedimentos mais realizados nas clínicas de dermatologia e cirurgia plástica, desbancando muitos procedimentos cirúrgicos.
Diante de resultados tão significativos e minimamente invasivos, estes tratamentos se tornaram um verdadeiro divisor de águas que revolucionaram os tratamentos estéticos.
Nos Estados Unidos, um levantamento recente realizado pela American Academy of Cosmetic Surgery mostrou que o número de pessoas que se submeteu ao laser para rejuvenescer bateu recorde nos últimos três anos: neste período houve um aumento de 456% entre o total de homens que buscaram a técnica e de 215% entre as mulheres. No Brasil, não há estatísticas que permitam traçar a procura ano a ano, mas, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o laser já responde por 24% dos tratamentos rejuvenescedores que não implicam operações plásticas.
Entretanto, quando utilizados inadequadamente, os aparelhos a laser podem deixar sequelas irreversíveis na pele, alerta o dermatologista João Carlos Pereira, fundador e membro da SBL (Sociedade Brasileira de Laser).
Recentemente o fisiculturista Rafael Ranieri teve destaque na mídia após complicações decorrentes de sessões de depilação a laser em uma “clínica em São Paulo”. Ele teve o abdome queimado e teve que desistir de participar de uma competição.
Casos como esses, são cada vez mais frequentes e começam a preocupar os órgãos competentes. O crescente e indiscriminado uso de aparelhos a laser para fins estéticos derrubou os padrões de segurança e deu oportunidade para que profissionais não qualificados e empresários atuem livremente no setor.
Aliado ao mercantilismo, os avanços dos tratamentos desta tecnologia entraram para uma esfera de risco que podem levar desde ausência de resultados passando por queimaduras e manchas na pele, entre outros.
O cirurgião plástico e atual presidente da SBL (Sociedade Brasileira de Laser), Cláudio Roncato, relata que essa tecnologia, tão eficiente, vem sendo comprometida por diversos fatores. Segundo ele, o principal são as empresas que locam aparelhos para profissionais que não têm qualquer formação na área e, então, contratam um técnico (que não é médico ou fisioterapeuta com especialização) que os operam de forma irresponsável.
Além disso, esses aparelhos também têm sido locados para clínicas de estética (lembre-se que são aparelhos médicos) onde o único objetivo é meramente comercial, visto a propaganda ostensiva nas ruas através de “outdoors” e outros veículos de comunicação. “Chegamos ao ponto em que alguns profissionais induzem seus pacientes a realizar os tratamentos apenas para compensar o custo da locação dos aparelhos”, diz Roncato.
E tem mais: estes aparelhos possuem estruturas muito sensíveis que sofrem danos ao serem transportados de um local para outro. O resultado é que o aparelho fica descalibrado e pode emitir uma energia desproporcional com queimaduras e riscos imprevisíveis para a pele.
Outro problema, também mercantil, são clínicas de fachada, especializadas em depilação a laser e tratamentos estéticos. Em alguns casos, o proprietário é médico e omite seu nome colocando um “laranja” como dono e responsável para fugir das sanções e controle do Conselho Regional de Medicina.
O dermatologista João Carlos Pereira orienta: “Antes de se submeter a uma aplicação a laser, o indivíduo tem que ter alguns cuidados”:
– Escolha uma clínica na qual o médico é um dermatologista ou cirurgião plástico. Estes profissionais também podem supervisionar um fisioterapeuta para realizar sessões de determinados aparelhos a laser.
– Prefira as clínicas que possuem aparelhos próprios (são mais confiáveis pois os aparelhos passam por manutenção regular obrigatória devido aos contratos de manutenção com os fabricantes).
– Escolha profissionais médicos com formação em laser. Eles são os únicos que podem indicar, escolher e programar o aparelho para cada indicação e para cada tipo de pele.
– Se você estiver com a pele bronzeada não se submeta aos tratamentos com laser.
– Exposições solares devem ser evitadas após o procedimento.
– Verifique se o profissional escolhido é membro da Sociedade Brasileira de Laser, Sociedade Brasileira de Dermatologia ou cirurgia plástica, através dos sites e telefones abaixo:
Sociedade Brasileira de Laser:
Site: http://www.sociedadedelaser.com.br/associados
Telefone: (11) 3242-0235 ou (11) 3242-9636
Sociedade Brasileira de Dermatologia:
Site: http://www3.sbd.org.br/sociedade/medicos/
Telefone: (21) 2253-6747
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica:
Site :http://www.cirurgiaplastica.org.br/publico/index.cfm
Telefone: (11) 3044-0000
Informações:
Dr. João Carlos Pereira (CRM 40737)
– Fundador e membro da Sociedade Brasileira de Laser
– Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
– Membro da International Society Cosmetic Dermatology
– Membro da American Academy of Cosmetic Dermatology & Aesthetic Lasers.
– Ex-professor da Faculdade de Medicina de Catanduva/SP