Os moradores de Mutum-Paraná realizaram uma manifestação na manhã de quinta-feira (7), na vila de Nova Mutum, distante 120 km da capital de Rondônia Porto Velho.
Eles reivindicam uma ação mais criteriosa na avaliação do valor de suas propriedades por parte da empresa Energia Sustentável do Brasil, responsável pela construção da Usina de Jirau, obra do PAC, que está sendo construída No Rio Madeira.
De acordo com os moradores a usina está subavaliando as propriedades, não cumprindo os acordos que foram firmados nas audiências públicas, realizadas na época do licenciamento das obras. A promessa era que os moradores receberiam as indenizações não só pelo valor material de suas benfeitorias, mas também pelo transtorno causado por terem que abandonar um local onde tinham uma vivência e uma história de desbravamento de trinta anos.
A Energia Sustentável do Brasil emitiu uma nota onde afirmava que “a reunião do Grupo de Trabalho de Remanejamento Rural, marcada para esta quinta-feira, dia 07 de outubro, foi adiada devido à eminência de uma manifestação em Nova Mutum Paraná, localidade planejada e construída pela empresa.”, alegando “incompatibilidade de ações”.
A atitude da empresa enfureceu os moradores que realizaram uma assembléia entre os presentes e resolveram então fazer seu protesto junto ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Estadual. Maic Castro da diretoria da AGRIPOANAM, Associação dos Garimpeiros, Produtores Rurais e Ribeirinhos extrativistas, que organizou a manifestação, disse “Nós viemos realizar uma manifestação pacífica e ordeira e fomos tratados como cidadãos de segunda classe pela direção da usina, agora vamos ao ministério público e se as autoridades não resolverem nossa situação vamos fechar a usina”, disparou.
A manifestação foi engrossada pela presença da Presidente do sindicato dos Garimpeiros do Estado de Rondônia, Iraci de Oliveira Sena, pelo Presidente da FENAG, Federação Nacional dos Garimpeiros José Alves da Silva e pelo advogado Arcelino Leon que tem ações contra a usina.
O presidente da FENAG, José Alves, afirmou que “a Federação está dando todo o apoio à luta dos moradores de Mutum Paraná, composta por milhares de garimpeiros, pois se trata de uma luta justa, e não é possível que uma empresa como a Energia Sustentável do Brasil queira subavaliar as pequenas propriedades daqueles moradores que enfrentaram intempéries, malária, isolamento, e agora vêem tudo isso ser reduzido a poucos reais”.
O movimento vai realizar manifestações na manhã de hoje no Ministério Público Federal, onde pretende entregar a pauta de reivindicações não atendidas pela empresa e pedir que o Ministério abra uma ação civil pública para o esclarecimento dos fatos.
Fonte: Alex Sakai