Menopausa (Dra Joana Lucyk*) – ela aparece por volta dos 50 anos e é considerada uma tormenta para muitas mulheres. E quem ainda não chegou à fase, vale esclarecer que os efeitos do climatério são mesmo indesejáveis. Ondas de calor, alterações urogenitais e de humor, aumento de risco cardiovascular e osteoporose são alguns dos possíveis sintomas e conseqüências da menopausa.
Contudo, os efeitos da queda hormonal podem ser minimizados com uma alimentação balanceada. Isso porque certos tipos de alimentos ajudam no nivelamento de reações bioquímicas do organismo. A dica principal é optar pelos que possuem ação estrogênio-símile, como as isoflavonas encontradas na soja; o resveratrol presente nas uvas roxas, no açaí, na jabuticaba e na amora; as lignanas encontradas na linhaça.
Quem teme as doenças do coração, cujo risco ascende após o fim da menstruação, pode ainda recorrer a uma dieta rica em nutrientes antioxidantes. As substâncias estão nas vitaminas C e E – no beta-caroteno evidenciado nos vegetais em tons verde escuro e amarelo alaranjado; nas substâncias bioativas antioxidantes, como a rutina e hesperidina da cebola, do alho e da uva; e os polifenóis presentes na maçã e no chá verde.
Já as mulheres que precisam da manutenção de um metabolismo ósseo saudável, a dieta deve ser rica em resíduos alcalinos. Um fator muito importante, já que a menopausa, em sua grande parte, fragiliza essa parte dura e sólida que forma a armação do corpo. É necessário entender que isso acontece pela redução do pH sanguíneo. Se o sangue fica com o pH menor que 7,3 favorece uma diminuição da microarquitetura óssea, causando a osteoporose.
A boa notícia é que a doença pode ser controlada por três grandes aliados: os vegetais, as frutas e os cereais integrais. É válido destacar que o brócolis, o agrião, a rúcula e a couve-manteiga são excelentes pedidas. E quem acha que o leite é recomendado neste caso, se engana. Ele é uma ótima fonte de cálcio porém, para ser absorvido, depende da presença de magnésio. Esse último seria como “um porteiro” nas nossas células. Portanto, se tivermos bastante cálcio, mas pouco magnésio, não há garantia de formação de massa óssea, além do que a biodisponibilidade de cálcio no leite é de 32%, enquanto que em vegetais em tons verde escuro fica entre 50% e 61%.
Por fim, as substâncias que entram no rol do “é melhor evitar” pertencem à dieta hiperproteica. A proteína deve continuar fazendo parte da dieta, mas o excesso pode ampliar os efeitos colaterais do climatério. Assim, nada de salsicha, presunto, hambúrguer, sardinha e ovos na refeição. Se for impossível evitar, o consumo deve ser moderado.
*Joana Lucyk é Mestre de Nutrição Humana e especialista em Nutrição Funcional. Dirige, em Brasília, a Clínica Saúde Ativa e é professora do Centro Universitário Unieuro.