Previsão do tempo – Desde o início do ano o excesso de chuva em alguns Estados brasileiros tem sido destaque do noticiário nacional, mas os meteorologistas alertam para a seca em várias regiões do país. No Nordeste, a falta de chuvas regulares fez com que algumas fazendas do sul do Piauí não conseguissem plantar neste ano. “A janela favorável ao plantio passou e o que chover a partir de agora não será suficiente para cultura alguma, a não ser as já instaladas”, conta o meteorologista da Somar, Celso Oliveira. A estiagem também tem deixado os produtores da Bahia e do norte do Maranhão apreensivos.
A falta de chuvas também preocupa agricultores do Mato Grosso do Sul, já que algumas localidades não recebem água há 14 dias. Outro fator negativo em relação a estiagem no Centro-Oeste se refere ao nível das represas, que mantém aos reservatórios relativamente baixos, especialmente em Goiás. “Não vem chovendo forte entre Goiás e Minas Gerais e isto poderá trazer uma consequência ruim num prazo longo (final deste ano)”, alerta o meteorologista.
No Sudeste, enquanto o Estado de São Paulo registra recordes de precipitações, algumas cidades do norte do Espírito Santo não registram chuvas fortes a mais de 90 dias. No nordeste de Minas Gerais, além da seca, as temperaturas tem chegado aos 40°C, piorando a qualidade das pastagens e de culturas perenes.
No Sul do país, depois das chuvas fortes registradas durante o mês de janeiro em algumas localidades, a falta de água dos últimos dias e o calor extremo preocupam os produtores de soja de algumas regiões, principalmente porque os modelos de previsão não indicam grandes acumulados para os próximos dias, o que poderá provocar perda de produtividade da cultura.
Segundo os meteorologistas da Somar, o El Niño está perdendo sua configuração e entrando num período “Modoki” (que acaba trazendo estiagem ao Centro e Sul do Brasil, ao invés de chuvas fortes). “Não estamos numa situação tão ruim quanto 2005, quando este El Niño diferenciado trouxe grandes problemas à essas regiões do país, mas entramos num ”sinal amarelo”. Vamos ficar de olho na frente fria que romperá o bloqueio na semana que vem. Se ela vier com pouca chuva, como está indicando até o momento, poderemos ter problemas mais sérios, especialmente na Região Sul”, finaliza Celso Oliveira.