O Ministério da Saúde destinou ao Rio de Janeiro mais de 5 toneladas de medicamentos e insumos destinados ao auxílio às pessoas desalojadas, desabrigadas e à situação de emergência em algumas localidades da capital fluminense e cidades do Estado. São ao todo 52 kits, suficientes para atender 26 mil pessoas por um período de três meses. Ainda, foi estruturado nos hospitais federais um esquema especial de atendimento a população atingida pelas chuvas, definido o envio de novas ambulâncias para a região, planejada uma campanha de esclarecimento sobre doenças causas pelas enchentes, e avaliado plano de reestruturação da rede de saúde atingida pelas chuvas.
Do total de kits, 22 já estavam no Rio de Janeiro e foram colocados a disposição das secretarias de saúde. O material será utilizado na capital e nas demais cidades atingidas pelas chuvas. Outros 30 kits estão sendo remanejados de outros estados. O material é composto por antibióticos, antiinflamatórios, antiparasitários, analgésicos, antitérmicos, anti-hipertensivos, ataduras, esparadrapos, luvas, máscaras, cateteres e seringas, entre outros componentes.
O Departamento de Gestão Hospitalar Federal no Rio de Janeiro (DGH) participa do esforço conjunto para atendimento das vítimas e colocou a disposição parte das 75 salas cirúrgicas dos hospitais federais (Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Lagoa, Ipanema e dos Servidores). Válida pelos próximos 20 dias, a medida deve auxiliar sobretudo nas áreas ortopédica e neurocirurgia.
A iniciativa é uma das diretrizes do Plano de Contingência para Chuvas, Catástrofes e Afins, da Rede Hospitala Federal, que inclui ainda medidas para evitar a interrupção do atendimento. Entre elas, a dobra na escala de profissionais – se houver necessidade. Há também a possibilidade de suspensão das cirurgias eletivas (sem caráter emergencial) já marcadas para permitir o atendimento dos casos urgentes provocados pelas chuvas. Devem ser oferecidas 230 cirurgias ortopédicas e 50 neurocirurgias durante os 20 dias.
O secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, esteve reunido com representantes do Estado e dos municípios atingidos e fez um sobrevôo acima das áreas mais afetadas. Desse encontro, outras ações foram definidas como a antecipação da entrega de 50 ambulâncias do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgências). Do total, 30 delas serão enviadas amanhã para o Rio de Janeiro, 12, para a Baixada Fluminense, e 8, para a região de atendimento de Niterói.
O Ministério da Saúde também ficou encarregado de promover uma campanha na mídia sobre as doenças mais comuns nos casos de enchente e de água contaminada. São doenças que podem ter um período de incubação superior a uma semana, que devem ser vistas com a atenção adequada para evitar o seu agravamento. Para o atendimento, serão envidadas para as equipes de Saúde da Família, das UPAs e outros profissionais de atendimento direto a população um manual de vigilância em saúde, com informações sobre o atendimento nessas situações.
Finalmente, os prefeitos da região comprometeram-se a produzir um relatório sobre dos danos causados pela chuva na rede pública de saúde. A partir dessa análise será elaborado um plano de reestruturação dos serviços de saúde.