Em 2 de maio é comemorado o Dia Mundial da Asma. A Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia aproveita o ensejo para alertar a população sobre a importância de seguir corretamente o tratamento da doença, mesmo quando as crises diminuem. Sem o correto controle, alerta a entidade, a asma pode levar à morte. Temos hoje, no Brasil, 20% da população asmática, responsável por 350 mil internações hospitalares anuais, somente no Sistema Único de Saúde – SUS, e mais de 2 mil mortes ao ano.
Estes números alarmantes poderiam ser bastante reduzidos se a população tivesse mais informações e seguisse o tratamento corretamente.
“A principal meta da SPPT é conscientizar os asmáticos de que, embora a maioria dos casos não seja curável, toda asma deve ser tratada. E é justamente a continuidade deste tratamento que evitará as crises e trará mais qualidade de vida ao paciente”, afirma dr. Elcio Vianna, coordenador da comissão de Asma da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia – SPPT.
Segundo o especialista, o grande problema é que nem todo portador de asma sabe de sua condição, e mesmo entre aqueles que têm o diagnóstico, boa parte suspende a medicação por conta própria com a melhora dos sintomas. “O que eles não imaginam é que a melhora é decorrente justamente dos remédios, que, se interrompidos, trarão de volta os sintomas, muitas vezes ainda mais graves.
Outro desafio para a Sociedade é o mito da utilização da medicação inalatória, popularmente conhecida como bombinha. Há um equívoco grande de que a bombinha possa trazer danos cardíacos. “Existem efeitos colaterais pequenos sobre o coração e os músculos, que são acelerar os batimentos cardíacos e pequenos tremores na musculatura. Mas isso só acontece no inicio do tratamento. Em longo prazo, a tendência é que esses efeitos desapareçam”, explica dr. Élcio.
Além disso, alerta o médico, durante crises muito intensas, não é raro que o paciente use exageradamente a medicação inalatória, sem sucesso. “Estas crises podem culminar na morte, e então acaba se associando a bombinha ao óbito, quando na verdade ele foi provocado pela crise”.
Parcerias pelo controle da asma
O Ministério da Saúde, através da Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária – CNPS e do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga – CRPHF, formou um Comitê Técnico composto por representantes das Sociedades Médicas de Pneumologia e Tisiologia, entre elas a SPPT, de Alergia e Imunopatologia, e de pediatria, além dos Serviços Universitários e das Secretárias de Saúde.
O objetivo deste Comitê é a implantação de um Plano Nacional de Controle da Asma (PNCA), semelhante ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), visando a oferecer maior atenção aos asmáticos por toda a rede pública de Saúde.
Uma das medidas é a distribuição gratuita de medicação inalatória, de alto custo, que acaba inviabilizando o tratamento de muitos pacientes.
“Apesar da dificuldade burocrática, essa medida de oferecer medicamento é bastante positiva e está funcionando”, garante dr. Élcio.
Outra atividade desenvolvida pelo PNCA é a capacitação de equipes de saúde para diagnosticar, tratar e controlar crises, pois apenas oferecer medicamentos não é totalmente eficaz, o ideal é preparar médicos e farmacêuticos a orientar os pacientes a utilizar corretamente a medicação.